Há dois anos, a supervisora de callcenter Carolina Niero, 24 anos, trabalha em uma empresa de telemarketing de Santo André. Presta serviços para montadoras e importadoras de veículos. Nesse período, ela viu a empresa crescer em sintonia com a região.
“Antes a gente tinha duas pessoas no callcenter. Hoje são 15. Teve um aumento na demanda pelos nossos serviços. Isso foi geral. Hoje a concorrência para conseguir contratar um funcionário é bem maior”, ressaltou.
E foi justamente o setor de serviços - no qual os callcenters estão inseridos - que gerou a maior parte da riqueza do ABCD nos últimos anos. É o que aponta a pesquisa Produto Interno Bruto dos Municípios 2005-2009, divulgada ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Serviços /No período da pesquisa, o PIB - que é a soma das riquezas produzidas ao longo de um ano - da região cresceu 39.3%. Em 2005, as cidades da região geraram uma receita de R$ 51 bilhões. Em 2009, foram R$ 71,1 bilhões. Valor maior do que o de estados brasileiros como o Ceará (R$ 65,7 bilhões).
Em São Bernardo - cidade mais rica do ABCD e sexto município do País em produção industrial - só o setor de serviços gerou R$ 13 bilhões em riquezas, R$ 2,4 bilhões a mais que as fábricas da cidade.
O mesmo acontece em outros locais do ABCD. Na região, os serviços contribuiram com R$ 33, 5 bilhões para o PIB da região. R$ 9,7 bilhões a mais que a indústria.
Diadema /Até alguns anos, São Bernardo, Santo André e São Caetano se revezavam entre as três mais ricas do ABCD. Em 2009, Diadema tomou a terceira colocação de São Caetano.
A explicação para isso foi a crise econômica internacional.
“Os municípios que tradicionalmente tinham uma grande receita com exportações foram afetados pela retração no mercado externo. O mesmo não foi notado em municípios com a produção voltada ao mercado interno”, explicou a gerente da pesquisa, Sheila Zani.
Cinco entre as 100
Das sete cidades da região, cinco estão entre os 100 municípios mais ricos do País. São Bernardo é a 13ª colocada, seguida de Santo André (29º), Diadema (44º), São Caetano (49º) e Mauá (71º).
25,9 mil
reais. Essa é o valor que cada morador do ABCD receberia com a divisão do PIB
Divisão por cidade
A cidade com a maior renda per capta da região é São Caetano: R$ 58,6 mil. São Bernardo fica na segunda colocação, com R$ 35 mil. Em Diadema - terceira colocada - a divisão do PIB pelo número de habitantes resultaria em R$ 25 mil para cada morador.
Quem cresceu mais?
Entre 2005 e 2009, a cidade da região que mais cresceu foi Rio Grande da Serra. O PIB do município aumentou 71,37% no período, passando de R$ 246 milhões para R$ 421 milhões.
fonte: EVANDRO ENOSHITA - BOM DIA SOROCABA