9 de dez. de 2011

Venda de imóveis cresce 34% na região


A desaceleração nas vendas de imóveis que acontece em São Paulo ainda não chegou à região, pelo menos até o terceiro trimestre, quando houve crescimento de 34,09% no número de unidades vendidas na comparação com 2010, somando 2.596, conforme dados da Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC.
O desempenho do setor imobiliário superou o dos quatro últimos iguais períodos. Em 2008 e 2010 foram registrados 1.936 imóveis vendidos no terceiro trimestre. O presidente da Acigabc, Milton Bigucci, espera que o setor repita nos últimos três meses ao menos o número de 2.000 imóveis comercializados de outubro e dezembro de 2010.
"Mesmo com o mercado se acomodando no País, acredito que neste fim do ano quantidade de lançamentos e vendas será maior do que no ano passado", afirma. O temor de Bigucci é que a crise europeia atrapalhe a captação de recursos das companhias de capital aberto, o que pode levar à queda nos lançamentos.
Para a Acigabc, o cenário de menor crescimento para a economia em 2012 deve fazer o setor se acomodar, mas nem por isso os preços dos apartamentos vão cair.
COMPARAÇÃO
Balanço divulgado pela [/01.TXTNORMAL]entidade mostra que o indicador velocidade de vendas sobre oferta (índice que aponta comercializações sobre o estoque existente) em setembro foi de 20,83%, enquanto na Capital, o indicador foi de 18,17%. Apesar do crescimento nas vendas, as construtoras encerraram o trimestre com estoque de 4.610 unidades no Grande ABC.
São Bernardo segue como o principal mercado, detendo 69,38% das comercializações no período, com 1.801 unidades habitacionais vendidas. A procura por apartamentos de três dormitórios desponta, representando 1.344 desse total. O estoque no município chega a 2.380 imóveis.
Em Santo André, foram 328 unidades entre julho e setembro, se posicionando como o segundo maior mercado do Grande ABC, com 12,63% de participação. Os imóveis com três dormitórios também predominam na cidade, respondendo por 214 do total vendido no período.
São Caetano, por sua vez, contabilizou 185 unidades vendidas e seus compradores também dão preferência pelos de três quartos. Em Diadema foram 141 imóveis, sendo 120 de dois dormitórios e 21 de três. Em Mauá, que teve o mesmo número de vendas, todas as unidades foram de dois dormitórios.
FINANCIAMENTO
A redução da taxa básica de juros, a Selic, para 11% ao ano, animou os integrantes da Acigabc, que representa 80% das empresas que atuam na região. "Foi uma decisão importantíssima para o setor da construção", ressalta Bigucci. O aquecimento do segmento imobiliário foi comprovado pelo desembolso de R$ 1,028 bilhão que a Caixa Econômica Federal liberou nos nove primeiros meses. Houve crescimento de 10,7% frente a 2010.
Deficit habitacional será solucionado apenas em 15 anos
Aproximadamente 150 mil famílias nas sete cidades da região estão carentes de moradia, afirma o presidente da Acigabc, Milton Bigucci. Para atender essa demanda com unidades habitacionais com preço máximo de R$ 170 mil, o mercado levará ao menos 15 anos, estima o empresário.
"Faz pouquíssimo tempo que as empresas começaram atuar nesse segmento no Grande ABC. Apenas Diadema e Mauá têm projetos mais avançados para atender o público do programa Minha Casa, Minha Vida", observa Bigucci.
O executivo destaca a falta de apoio dos municípios como um dos entraves para que mais projetos sejam lançados. "Algumas prefeituras estudam dar subsídios para a compra de imóveis. Se a ideia avançar, vai facilitar o acesso à casa própria para o morador de baixa renda", destaca o executivo.
POTENCIAL
Os empresários consideram que Diadema e Mauá têm os maiores potenciais para desenvolver empreendimentos focados para as famílias das classes C e D. Esses imóveis serão, prioritariamente com dois dormitórios, para atender à demanda reprimida na região. Esses municípios possuem terrenos que viabilizam a construção de imóveis para o MCMV.
fonte: Alexandre Melo - DGABCC


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