8 de ago. de 2008

ABC e D: mais segura, Diadema atrai grandes redes


De Diadema - VALOR

Em abril do próximo ano, Diadema vai ganhar seu primeiro shopping center. A obra ocupa um quarteirão no centro, a 250 metros do comércio popular da cidade, em uma área onde existiam um prédio da prefeitura, algumas casas e uma chácara. Serão cerca de 150 lojas.

O shopping Praça da Moça é um dos empreendimentos que promete mudar a cara do município do ABC paulista que até pouco tempo era conhecido pela violência e pelo abandono. Diadema vive um boom imobiliário, com outdoors espalhados pelas ruas anunciando prédios de apartamentos e lojas.

Várias redes de varejo decidiram se estabelecer no município. A Dicico, que vende material de construção, abriu uma loja em 2007 em um movimentado cruzamento da região central. O Tenda Atacado inaugura uma unidade em meados de agosto. O Wal-Mart também pretende abrir sua loja até o fim deste ano.

“Chegou a nossa vez”, diz Celso Ruiz, presidente da Associação Comercial e Empresarial de Diadema. Ele acredita que é o início de um círculo virtuoso, porque as novas lojas vão ajudar a “segurar” o consumidor em Diadema. A cidade é exportadora líquida de renda, porque faltam opções de comércio e lazer.

Existem 1.866 empresas em Diadema nos setores de autopeças, plástico, químico e borracha. Além disso, operários das montadoras instaladas no ABC paulista moram na cidade. Segundo a prefeitura, 25% a 30% do Produto Interno Bruto (PIB) está relacionado à indústria automotiva, que está batendo recordes de vendas e contratando mais operários.

Em 2007, o emprego cresceu 6,4% em Diadema, acima da média nacional de 5,85%. Na indústria, que concentra a maior parte das vagas, aumentou 5,4%. Na construção civil, a alta chegou a impressionantes 27,5%. No primeiro semestre deste ano, o emprego em Diadema cresceu 3,8% - ritmo similar a média do Brasil.

Com a atividade econômica mais forte, a arrecadação fiscal também melhorou, possibilitando investimento em segurança e saúde. Entre 2003 e 2007, o repasse do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do governo estadual para Diadema cresceu, em média, 13,6% ao ano. No mesmo período, a arrecadação de Imposto sobre Serviços (ISS) também avançou 25,2% na média anual.

“O crescimento econômico foi a cereja do bolo”, disse Roberto Martins, diretor da Empreendi e coordenador do projeto do novo shopping. Graças à expansão da atividade local, 75% das lojas já foram alugadas. Segundo o executivo, algumas redes confirmadas são C&A, Riachuelo, Renner, Marisa e Magazine Luiza. O shopping será destinado à classe C, que responde por metade da população de Diadema.

Martins explica que a redução da criminalidade também foi fundamental para convencer os investidores. Para viabilizar o empreendimento, o executivo conseguiu R$ 150 milhões com fundos de investimentos, pessoas jurídicas e físicas. A Funcef adquiriu recentemente 40% do empreendimento.

O Wal-Mart está investindo R$ 21 milhões na nova loja em Diadema. Segundo Leonardo Taufer, diretor comercial da divisão Maxxi do grupo, o objetivo é atender pequenos estabelecimentos comerciais e famílias das classes C e D. “Escolhemos Diadema por conta do crescimento econômico e do aumento de consumo e renda”, explicou.

O Tenda Atacado vai trabalhar com itens de alimentos, higiene pessoal, perfumaria e limpeza para varejistas independentes e também para o consumidor final. Segundo Eduardo Severini, diretor do Tenda, a loja faz parte de um plano mais amplo de expansão do grupo e Diadema foi escolhida porque possui um grande potencial de consumo.

Conforme Dimitrius Markakis, presidente da Dicico, as vendas na loja de Diadema superam a expectativa. A média diária de visitantes da rede é de 800 pessoas por loja nos dias úteis. Em Diadema, são mil visitantes/ dia. A loja abriu há oito meses e a Dicico é o único grande varejista de construção civil na cidade.

E ainda vem mais por ai, lojas Kalunga, apartamentos de alto padrão da klabin Segall, Casa Monte e muito mais é só aguardar.