A Progress Rail se preparou para o renascimento do mercado no Brasil, que tem ocorrido nos últimos anos. Depois de adquirir, em 2008, a fabricante brasileira MGE e fincar sua bandeira no País, a empresa investiu US$ 80 milhões nos últimos cinco anos em ampliação de suas operações e na nova fábrica.
O segmento, de forma geral, festeja a elevação dos investimentos em ferrovia. A indústria de equipamentos ferroviários no Brasil deve expandir neste ano 12% em faturamento e fechar 2012 com R$ 4,7 bilhões em receita, segundo a Abifer.
"Existem 4.500 km em construção. A ALL, por exemplo, acaba de inaugurar trecho da Ferronorte. E o plano da Dilma é excepcional. Com o crescimento do transporte ferroviário, a indústria também ganha", diz Abate.
Ele observa que, no caso do novo programa, orçado em R$ 91 bilhões, num primeiro momento, o segmento mais demandado é a produção de dormentes, grampos de fixação e sinalizadores de vias. Depois, haverá impulso em vendas de locomotivas e vagões. E ressalta, no entanto, que parte significativa do investimento previsto pelo governo já deve ser feito nos próximos cinco anos.
CUSTOS - Apesar do entusiasmo com os planos de linhas férreas, representantes do setor citam que há entraves à indústria nacional, entre os quais o custo Brasil, por causa da alta carga tributária do País e de outras desvantagens da produção nacional em relação aos concorrentes do Exterior. "Em igualdade de condições somos muito competitivos", diz o vice-presidente do Simefre (Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários), Luís Fernando Ferreira.
Ferroanel ajudará a reduzir tempo entre trens da CPTM
O novo Plano Nacional de Logística, lançado há duas semanas pela presidente Dilma Rousseff e que inclui a construção do Ferroanel (linhas férreas para o transporte de carga em redor da região metropolitana), vai causar efeitos favoráveis no transporte de passageiros da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).
Segundo o diretor de planejamento da CPTM, Silvestre Ribeiro, a meta da empresa é chegar a intervalos de três minutos entre um trem e outro. Atualmente, como há o compartilhamento das linhas da empresa com as de carga da MRS, isso é inviável.
Entretanto, ele destaca que, além de poder usufruir de trilhos com exclusividade para o transporte de pessoas, a redução do tempo de frequência envolve uma série de outras coisas em andamento: a melhoria dos sistemas de energia e de sinalização e a compra de mais trens - a companhia iniciou processo de licitação para adquirir mais 65, cada um com oito vagões. Em 2014, o diretor projeta que já será possível chegar aos quatro minutos.
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