18 de dez. de 2010

SÃO BERNARDO E DIADEMA VÃO RECUPERAR ÁREA DO LIXÃO DO ALVARENGA

 
Convênio entre São Bernardo e Diadema promete recuperar área do lixão do Alvarenga. Foto: Luciano Vicioni
Convênio entre São Bernardo e Diadema promete recuperar área do lixão do Alvarenga. Foto: Luciano Vicioni
 
Convênio entre os dois municípios ainda passará por aprovação da Cetesb


As Prefeituras de São Bernardo e Diadema assinaram, neste mês, um convênio de cooperação para o tratamento e recuperação ambiental da área do antigo lixão do Alvarenga. O objetivo da parceria é desenvolver estudos que recuperem o meio ambiente do espaço que está geograficamente no território dos dois municípios.

“A princípio queremos saber quais tipos de lixo e entulhos temos no local e quais tipos de trabalhos de remediação serão necessários para recuperar o terreno”, explicou o secretário de Gestão Ambiental de São Bernardo, Gilberto Marson. Em nota, Diadema informou que os estudos estão em fase de finalização e serão enviados para aprovação da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). Somente após essa fase será possível determinar o valor para a recuperação da área. 

O terreno de 40 mil m², localizado a 500 metros da represa Billings, recebeu resíduos orgânicos, químicos e industriais por três décadas. O antigo lixão foi desativado em 2002, por decisão da Justiça e, desde então, o Ministério Público cobra das Prefeituras de São Bernardo e Diadema a descontaminação da área. Nesse período, outros projetos, estudos e promessas de recuperação do terreno foram realizados, mas nada de concreto ocorreu até o momento. 

Passou a hora - “De vez em quando, a situação aberta e as prefeituras assinam um acordo de intenção, mas o tempo passa e nada acontece. Passou da hora de remediar a área”, observou o ambientalista e presidente do MDV (Movimento em Defesa da Vida), Virgilio Alcides Farias. Para o especialista não há necessidade de se fazer mais análises do terreno. “Já existem estudos e formas de remediação. Fazer tudo novamente é o mesmo que jogar dinheiro público fora”, criticou. 

O último plano de recuperação do lixão do Alvarenga, realizado pela Prefeitura de São Bernardo, ocorreu em abril deste ano, quando a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) solicitou uma investigação confirmatória da área. No estudo foram feitas a amostragem do solo, instalações de poço de monitoramento e de extração, além da coleta de água superficial. Entre as 160 substâncias analisadas no local, foram encontrados metais como mercúrio, chumbo e níquel, além de combustíveis e solventes.

“Este foi sem dúvida, um dos maiores crimes ambientais da história brasileira. O lixão foi construído em cima de lençóis freáticos e de nascentes da represa Billings”, afirmou Farias. O ambientalista ainda disse que na época em que o lixão estava ativado, por dia, eram descarregados mais de 1,2 mil caminhões de lixo no espaço. “Para descontaminar o terreno será preciso fazer o tratamento do chorume e a eliminação dos gases tóxicos do subsolo”. 

Após a recuperação da área, São Bernardo tem projeto de construir a Usina Verde, que irá transformar resíduos sólidos em energia elétrica, e um parque.

Por: Claudia Mayara  - ABCD MAIOR

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