5 de dez. de 2009

Rodoanel e pré-sal impulsionam mercado de caminhões

A 17ª edição da Fenatran (Feira Internacional da Indústria do Transporte), de 26 a 30 de outubro, no Anhembi, trouxe entre os participantes montadoras do Grande ABC, como Scania e Volkwagen e empresas como a Iveco, que tem escritório na região e se preparam para a expansão do mercado com os novos trechos do Rodoanel, Sul e Leste, e com a exploração de petróleo na camada do pré-sal. No caso do pré-sal, cada poço a ser perfurado para produzir petróleo deverá ter um custo de aproximadamente US$ 100 milhões, segundo cálculo do presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli. O valor representa uma redução em relação aos cerca de US$ 120 milhões por poço que vinham sendo projetados pela empresa até julho deste ano. Com relação ao Rodoanel, que estará presente no Grande ABC com investimentos de R$ 5 bilhões e 60 milhões de m³ de terra já movimentados, a finalidade é a redução de custos para as transportadoras e a retirada dos caminhões das zonas centrais da região metropolitana, com os inevitáveis atrasos e elevação de gastos. Além disso, o mercado de venda de veículos novos bateu recorde no País no primeiro semestre, segundo dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). Nos segmentos de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, as vendas subiram para 300.174 unidades em junho, acréscimo de 22% sobre o mês anterior e de 17% na comparação com junho de 2008. Ao incluir caminhões e ônibus, as vendas no ano somam 1.449.856 veículos, uma alta de 3,01% sobre o primeiro semestre do ano passado.

Umas das empresas que notou que a crise tem dado sinais de adeus é a Scania, localizada em São Bernardo. O diretor de vendas de veículo, Roberto Leoncini, afirma que o impacto foi pequeno e as perspectivas são significativas. "De janeiro a agosto, falando de Scania Brasil, o impacto foi muito pequeno. Até agosto deste ano já tínhamos vendidos 4.333 caminhões, com um market share de 23,7%", afirma Leoncini. Segundo o diretor de vendas de veículo, o mercado tende a crescer cada vez com o pré-sal. "A frota terá que crescer para o transporte do pré-sal. Terá uma movimentação de transferência de óleo, porém ainda não é possível medir o impacto, pois é tudo muito recente". Mas o diretor garante: "a Scania tem capacidade para aumentar a produção e atender a demanda necessária". Já a Iveco, que possui fábrica em Sete Alagoas (Minas Gerais) e escritório em Diadema, faz previsões para 2010.

"Pretendemos chegar a 14% de market share e para este ano algo em torno de 9%", afirma Alcides Cavalcanti, diretor comercial da Iveco. A previsão de aumento já assegurou investimento de R$ 570 milhões até 2010. "Este dinheiro está sendo investido em três fatores: a expansão da fábrica de Sete Lagoas, inaugurada em setembro deste ano; um centro de desenvolvimento de produtos na mesma cidade com 150 engenheiros e na expansão de linhas", explica Cavalcanti. Um das novidades poderá ser vista na Fenatran, onde a Iveco lançará uma carreta para 45 toneladas. Os recursos investidos em lançamentos priorizam quem precisa da carga e quem leva a mercadoria. "A segurança está em primeiro lugar em nossos veículos. Outra coisa que nos preocupamos é poluir cada vez menos o meio ambiente e minimizar os custo da manutenção, pois infelizmente o Brasil tem estradas ruins para o transporte de cargas", afirma Cavalcanti.

Informações impactam diretamente quem está atrás dos volantes nas estradas brasileiras. O motorista instrutor da Ultracargo, Ricardo Montaholli, que já está nas estradas há 23 anos, explica a importância da segurança. "Transporto produtos químicos e preciso de uma segurança muito grande no veículo e conforto para que eu possa fazer o trabalho com mais tranquilidade", afirma o motorista. Já quando questionado sobre o que acha da obra viária que passará pelo Grande ABC, ele sorri: "Será uma maravilha para todos. Eu, por exemplo, estou a 500 metros do Rodoanel. Meu trabalho será muito mais rápido e, com menos trânsito, subo a Anchieta e caio no Rodoanel’, comenta.

fonte: REVISTA LIVRE MERCADO

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