17 de jul. de 2009

Mortalidade infantil cai 2,3% no ABCD

Por: Renan Fonseca (renan@abcdmaior.com.br)


Gestores municipais investem no atendimento pré-natal e orientam quanto à importância do parto normal

A taxa de mortalidade infantil (crianças com até 1 ano) caiu 2,3% em 2008 nas sete cidades do ABCD em relação ao ano anterior. Foram 11 mortes a menos, de acordo com pesquisa da Fundação Seade divulgada nesta semana. Na Região, foram 464 óbitos

São Caetano registrou o menor índice do Estado. No município, a média é de 4,1 óbitos de crianças menores de 1 ano para cada mil bebês nascidos vivos. Em seguida vem Diadema, com taxa de 11,8. O índice de Santo André (12,7) fica apenas alguns pontos à frente de São Bernardo, com 12,1.

O município com maior taxa de mortalidade foi Rio Grande da Serra, com 20,4. Isso não significa necessariamente um resultado ruim, já que em municípios pequenos uma única morte pode promover grandes mudanças na taxa. A segunda maior taxa de morte de crianças no ano passado está em Mauá, com 15,6, seguida por Ribeirão Pires, 13,6.

A taxa de mortalidade de bebês é um dos melhores indicadores da estrutura da cidade, de acordo com a assessora especial de Coordenação de Ação Social de São Caetano, Regina Maura Zetone Grespan. Ela explica que todos os equipamentos públicos, como saneamento, influenciam na taxa. “O saneamento precário pode transmitir doenças para a mulher grávida e, consequentemente, para o feto. Assim, as chances de complicações na hora do parto ou mesmo após são maiores”, explicou.

Além dos investimentos na ampliação do atendimento pré-natal e neo-natal, Regina lembrou que o município conta com o Programa Bebê Cidadão. “A mãe e o bebê recebem atendimento médico em casa após o parto”, frisou a gestora. “Na rede municipal de saúde, os médicos também orientam as pacientes quanto à importância do parto normal e aleitamento materno”, complementou.

Por outro lado, o secretário de Saúde de São Bernardo, Arthur Chioro, explicou que o aumento no índice da cidade “traduz os problemas na estrutura da Saúde deixada pelo governo anterior”. “Por exemplo, quando assumimos a Administração, percebemos que havia uma desarticulação na política da saúde feminina”, ressaltou.

Parto normal – Um dos fatores que influenciam no índice de mortalidade infantil é a forma como é feito o parto. Médicos explicam que o parto normal é a forma menos passível de sofrer complicações. O secretário de São Bernardo informou que a OMS (Organização Mundial de Saúde) orienta que 85% dos partos realizados devem ser normais enquanto apenas 15% cesariana. “O parto de cesariana não deixa o feto atingir a maturidade, o que acarreta no aumento dos riscos de o bebê sofrer complicações.”

Para diminuir a incidência de mortes entre recém-nascidos, gestores públicos procuram investir no atendimento pré-natal. Em Diadema, por exemplo, a secretária de Saúde, Aparecida Pimenta Linhares, informou que 81% das pacientes grávidas passam por ao menos sete consultas de pré-natal. “A mortalidade entre bebês vem reduzindo nos últimos anos. Para que a queda continue, vamos investir no atendimento ao pré-natal, que é a forma de dar segurança e saúde ao feto antes do parto”, disse.

Além disso, Aparecida disse que o peso do recém-nascido também deve ser controlado. “O ideal é que o feto nasça com 2,5 quilos. Estamos investindo em capacitação para diminuir o número de crianças que nascem com peso abaixo dessa meta”. No município, em ao menos 9% dos partos o bebê possui peso inferior a 2,5 quilos.

Nenhum comentário: