8 de set. de 2013

Sabesp vai investir R$ 430 milhões em saneamento em Diadema

A diretora-presidente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Dil­ma Pena, revelou que a empresa vai investir em Diadema R$ 430 mi­lhões em saneamento básico nos próximos 30 anos, período estabelecido para a exploração dos serviços de água e tratamento de esgoto na cidade. Do total de recursos que será injetado no município, segundo Dilma, R$ 222 milhões serão aplicados em obras no sistema de esgotos e R$ 208 milhões em produção, tratamento e distribuição de água.
O valor começará a ser investido a partir de janeiro de 2014, data que marcará o retorno da Sabesp à cidade depois de quase 20 anos de operação dos serviços pela Companhia de Saneamento Básico de Diadema (Saned).
Durante entrevista coletiva concedida no Paço ao lado do prefeito Lauro Michels (PV), ontem (6), Dilma detalhou como foram os oito meses de negociação com a administração municipal a fim de encontrar solução viável para zerar a dívida de R$ 1,1 bilhão que a prefeitura tinha com a Sabesp. Segundo a diretora-presidente, houve constante troca de informações entre as partes, que seguiu a recomendação do governador Geraldo Alckmin (PSDB) de dar prioridade ao assunto.
“O governador me disse que Diadema é um importante município e, por isso, pediu para tratar o assunto de forma altiva e priorizando os interesses da população. Seguimos o que Alckmin nos pediu e, portanto, vamos fazer investimento na cidade de R$ 430 milhões. Vamos trabalhar com muita transparência, porque queremos que Diadema seja referência para o país”, disse Dilma. O presidente da Saned, Élbio Camillo Junior; a deputada estadual Regina Gonçalves (PV) e vereador José Francisco Dourado, o Zé Dourado (PSDB), também participaram da coletiva.
Ainda durante seu discurso, a diretora-presidente confirmou que a Sabesp vai absorver os 293 trabalhadores da Saned com equiparação salarial e plano de cargo e carreira. Para isso, será formada uma comissão com representantes da Sabesp, da autarquia municipal e do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema) para avaliar a situação de cada funcionário.
Michels, por sua vez, afirmou que a vontade da administração não era fazer o contrato de concessão plena dos serviços para a Sabesp, mas que não houve alternativa para evitar o sequestro de receita para pagamento da dívida. “A Saned é uma empresa que fatura R$ 150 milhões por ano, mas o valor não foi usado de forma correta e, infelizmente, tivemos se fazer o projeto para a concessão do serviço”, disse o prefeito.
Além disso, o chefe do Executivo pretende realizar audiência pública em outubro para apresentar à população os detalhes do contrato que deverá assinar com representantes da Sabesp. “O processo ainda não terminou, porque vou fazer a audiência pública e sei que teremos alguns movimentos protestando contra a assinatura do contrato”, pontuou Michels.
Administrativo
Michels disse que vai abrir processo administração para verificar se houve abuso de poder por parte da Guarda Civil Municipal (GCM) ao tentar dispersar, na última quinta-feira (5), um grupo que bloqueou o corredor de trólebus. Os manifestantes protestavam como forma de pressionar os vereadores a rejeitar o projeto de autoria do Executivo que autoriza a Sabesp a voltar a explorar os serviços na cidade.
Bairros deficitários em fornecimento de água vão receber R$ 83 milhões
Segundo o acordo estabelecido pela Prefeitura de Diadema e pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), as regiões deficitárias em fornecimento de água e captação de esgoto terão prioridade nos R$ 430 milhões que a companhia vai aplicar na cidade.
Bairros hoje deficitários em fornecimento de água vão receber R$ 83 milhões em novos equipamentos e redes de distribuição, aumentando a oferta à população e acabando com o abastecimento via caminhão-pipa. Também serão injetados R$ 74 milhões em tubulações de esgoto, como os grandes coletores que levarão o rejeito até a Estação de Tratamento de Esgotos ABC, da Sabesp. A medida vai contribuir para a despoluição do ribeirão dos Couros, onde o material hoje é lançado. Vai contribuir também para a limpeza do rio Tamanduateí, que recebe as águas do Couros.
Outra boa notícia é que três parques da cidade serão mantidos pela Sabesp.
Empresa quer negociar acordo semelhante com S.André e Mauá
A diretora-presidente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Dilma Pena, admitiu que está aberta para negociar com outras duas cidades do ABC e tentar chegar a um acordo semelhante ao fechado em Diadema. Santo André e Mauá devem entrar na negociação com a empresa estadual para se livrar de dívidas bilionárias. “Estamos à disposição dos governos para que possamos resolver a situação de modo que seja vantajoso para as cidades, para a Sabesp e para a região metropolitana. O que não é interessante é manter uma dívida que aumenta a cada dia”, afirmou Dilma.
O prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT), já deu sinais de disposição para avançar nas conversas com a companhia estadual a fim de que a empresa de Saneamento Básico do município (Sama) não sofra com ações judiciais e fique livre do passivo estimado em cerca de R$ 1 bilhão. Assim como em Diadema, em Mauá a dívida também teve origem no rompimento unilateral de contrato para a criação da autarquia. O déficit também é decorrente da diferença entre o metro cúbico cobrado pela Sabesp e o que é pago pelo município.
Por sua vez, as conversas na cidade administrada pelo prefeito Carlos Grana (PT) não devem ser fáceis, uma vez que o superintendente do Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André (Semasa), Sebastião Ney Vaz, já revelou que deverá contratar uma empresa para auditar a dívida da au­­tar­quia, também estima­da em
R$ 1 bilhão.

fonte:  - DIÁRIO REGIONAL

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