3 de fev. de 2021

Trabalhadores protestam contra fechamento da Nakata/Fras-le em Diadema -


 Em assembleia realizada na manhã de ontem (terça, 2), os trabalhadores na Nakata Automotiva, em Diadema, paralisaram a fábrica e decidiram iniciar uma série de mobilizações em defesa dos empregos. Os protestos acontecem após o anúncio feito pela direção da empresa de fechamento da unidade e transferência para o município de Extrema, Minas Gerais até o final de março. 

A decisão surpreendeu os trabalhadores, uma vez que se trata de uma empresa em boas condições financeiras, que sempre comemorou o bom desempenho da unidade. Para o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o anúncio feito pela fábrica, sem nenhuma tentativa de negociação prévia, foi uma “traição” aos trabalhadores. “Esta unidade sempre teve alta lucratividade, nunca falou em sair daqui e agora descobrimos que há quatro anos ela vem se organizando para deixar a cidade. Sem nenhum comunicado anterior aos trabalhadores e ao Sindicato, nos chamou ontem com a decisão tomada”, ressaltou o secretário-geral, Moisés Selerges. 

Em reunião com representantes da empresa na segunda-feira, o Sindicato apresentou alternativas, mas não houve abertura de diálogo por parte do representante da fábrica.  “Em nenhum momento ele abriu a possibilidade de negociar. O sentimento é que estamos sendo traídos há quatro anos, eles dão parabéns pela produtividade, falam que todos são uma família, mas estavam preparando a saída”, completou.  

O secretário-geral disse ainda que é preciso fazer uma discussão mais profunda sobre o que está acontecendo no Brasil. “É a política lá em Brasília, ou a falta dela, que decide o futuro aqui. Fábrica está parecendo barraca de feira, cada dia está num lugar e o governo só quer plantar soja, milho, derrubar árvore e matar índio. Temos que discutir isso”. 

O coordenador da Regional Diadema, Antônio Claudiano da Silva, o Da Lua, lembrou que a Nakata tem uma história de 65 anos na região. “É uma saída que vai afetar muitas vidas.  Nós fomos traídos porque sabemos que essa fábrica tem lucro aqui e não é pouco”. “Qual a sensação que fica para nós que recebíamos tapinhas nas costas e parabéns mês a mês porque a produtividade estava crescendo e agora recebemos uma notícia dessas? A sensação é de total indignação”, disse o coordenador com Comitê Sindical na empresa, Leonardo da Silva Martins, o Cacique.

Fonte: SMABC

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