22 de ago. de 2009

Nanotecnologia garante o futuro da indústria do plástico

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC

A nanotecnologia é o futuro da indústria do plástico, por possibilitar que as empresas desenvolvam produtos diferenciados, que tragam melhores condições de competitividade, segundo especialistas.

Foi com essa perspectiva que a Prefeitura de Diadema, em parceria com a ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) e outras entidades, promoveu ontem seminário sobre o tema, para apresentar as tendências nessa área e as oportunidades de negócios para os empresários do segmento.

Mas o que é a nanotecnologia? Presente ao evento, o professor Oswaldo Luiz Alves, da Unicamp (Universidade de Campinas), explicou que é o estudo de aplicações em escala ‘nano'' (ou seja, do tamanho de um bilionésimo do metro, ou para efeito de comparação, 70 mil vezes menor que o diâmetro de um fio de cabelo).

Nessas dimensões, segundo ele, a matéria (no nível de molécula) se comporta de forma diferente de quando está em tamanho normal e pode ter sua morfologia (sua estrutura) modificada para adquirir propriedades como alta resistência ao impacto, característica antibactericida etc. Atualmente, já existem à venda tintas automotivas à prova de riscos, plástico duro como aço, raquetes de tênis leves e altamente resistentes e meias que evitam a formação de bactérias.

Segundo o coordenador geral de nanotecnologia do Ministério de Ciência e Tecnologia, Mario Baibich, esse mercado no mundo - estimado em US$ 88 bilhões em 2008 e que pode movimentar US$ 2,6 trilhões até 2014 - cresce tanto porque se trata de uma "nova revolução industrial".

O País ainda é incipiente em desenvolvimento nesse campo, mas o governo federal começa a apoiar a tendência. Já há 48 centros tecnológicos espalhados pelo País e mais de 70 empresas com projetos relacionados ao tema.

Também existem linhas de crédito que favorecem a pesquisa ‘nano''. Recentemente o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) ampliou recursos para financiamento à inovação.

E a ABDI fez estudo que identificou oportunidades na área de embalagem. A coordenadora de inovação da ABDI, Rosane Argou Marques, exemplificou que poderia ser desenvolvido plástico que mantenha o alimento fresco por mais tempo.

O evento atraiu o interesse de empresários da região. Para Alexandre Marques, da Isos Embalagens, de Santo André, é importante conhecer as tendências para poder se antecipar e oferecer aos clientes.

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