23 de mai. de 2014

Unifesp ampliará campus Centro


 O campus Diadema da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) planeja a construção de dois prédios na unidade José de Alencar, localizada no Centro, a partir do próximo ano. As obras terão investimento de R$ 120 milhões e são vistas pela gestão como alternativa para solucionar alguns dos problemas da instituição de ensino, como falta de salas de aula e necessidade de unir as diversas estruturas espalhadas pela cidade.
O anúncio acontece em meio à crise financeira vivenciada pela instituição de ensino desde o fim de 2013 e que culminou, inclusive, com a renúncia da diretora do campus, Virgínia Junqueira, em fevereiro. Com orçamento apertado, a Unifesp Diadema busca complementação junto ao MEC (Ministério da Educação) para fechar as contas de 2014 sem dar calote nos fornecedores.
“O campus passou por um momento difícil, resultado da falta de planejamento, mas nos últimos oito meses iniciamos série de ações para trazer de volta a normalidade”, destaca a reitora da Unifesp, Soraya Smaili.
O primeiro prédio deve começar a ser construído no início de 2015 e abrigará salas de aula e laboratórios de pesquisa. O campus tem deficit de cerca de 30 espaços para realização das atividades pedagógicas. “A expectativa é que as obras demorem entre 18 e 24 meses para serem concluídas, a exemplo do que aconteceu no campus São José dos Campos”, diz.
A segunda unidade, direcionada às atividades de pesquisa, começará a ser erguida dentro de seis a oito meses depois.
A intenção da reitora é concentrar as atividades da instituição federal de ensino nas duas unidades próprias: José de Alencar e José de Filippi, no Eldorado (cedida pela Prefeitura por 90 anos). “Com a conclusão das obras, a ideia é entregar os imóveis alugados, um na Rua Manuel da Nóbrega, junto à Fundação Florestan Fernandes (cujo acordo de cooperação com a Prefeitura será renovado por mais cinco anos), e Antônio Doll, ambos no Centro.”
De acordo com a reitora, o MEC se comprometeu a incluir a verba para a construção dos prédios no orçamento de 2015. As obras integram plano diretor da instituição de ensino, que está sendo elaborado desde o início do ano pela empresa Idom. A previsão é que o documento, que tem objetivo de organizar o campus Diadema, fique pronto no fim deste ano.
“São cerca de dez profissionais trabalhando no projeto para resolver a questão de licenciamentos, laudos técnicos, alvarás, acessibilidade e viabilidade das obras”, destaca Soraya.
Instituição trabalha para reverter dificuldade financeira
A Unifesp Diadema trabalha para fechar as contas de 2014 sem precisar suspender serviços oferecidos aos alunos ou dar calote nos fornecedores. De acordo com o diretor pró-tempore do campus, Sergio Stoco, até o momento a instituição tem conseguido manter todos os pagamentos em dia, no entanto, depende de complementação orçamentária por parte do MEC (Ministério da Educação) para cobrir os gastos previstos até o fim do ano.
“Estamos reorganizando o controle financeiro e trabalhando para garantir recursos complementares junto ao governo”, esclarece. O gestor explica que todas as instituições de ensino públicas passam por esse tipo de problema anualmente. “No geral, sempre temos orçamento insuficiente em relação aos anos anteriores. Depende da conjuntura econômica e, neste ano, temos observado aumento da inflação e, com isso, maior preocupação do governo em segurar a liberação de recursos para garantir que o dinheiro seja suficiente para todos”, diz.
A previsão orçamentária do campus Diadema da Unifesp para 2014 é de R$ 5,9 milhões, considerando inclusive os restos a pagar de 2013. No entanto, os gastos do ano passado giram em torno de R$ 7 milhões. Até agora, o MEC liberou R$ 2,8 milhões para a instituição, o correspondente a cerca de 50% do orçamento estimado para o ano. “Todos os anos os gastos aumentam, então, a estimativa de orçamento se torna insuficiente”, comenta Stoco.
Edifício passa por adequação para AVCB
A reitora da Unifesp, Soraya Smaili, destacou que a unidade José de Filippi passa por adequação para atender a necessidades técnicas. O prédio, onde funcionava hospital psiquiátrico, está sem AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros). “Estamos adequando os laboratórios de pesquisa e dando destinação correta ao lixo químico. Essa manutenção nunca havia sido feita anteriormente (o prédio foi cedido à instituição em 2007)”, afirma. A expectativa é que as melhorias sejam finalizadas no período de seis meses.
A conclusão do plano diretor também dará fim à antiga questão do campus: a construção da unidade Morungaba. A área foi cedida à Unifesp, no entanto, as obras estão embargadas, tendo em vista que o terreno está em espaço de proteção ambiental. “O estudo vai nos dizer se é viável a construção dessa unidade ou se devolveremos o espaço, porque não queremos romper com o equilíbrio ambiental do município”, comenta a reitora.
Em Diadema desde 2007, a Unifesp conta atualmente com 2.683 estudantes matriculados em seis cursos de graduação e 147 no programa de pós-graduação em cinco áreas do conhecimento. São 229 professores ativos, 16 temporários e 87 técnicos administrativos.
Para os alunos, qualquer benfeitoria no campus é bem-vinda. Isso porque facilitará a vida daqueles que precisam se deslocar entre as unidades. “Vemos ausência de verba e investimentos nas instituições públicas de todo o Brasil, mas a unificação das atividades em um único ponto é boa caso haja a verba necessária”, destaca um dos estudantes do curso de Farmácia.
Uma das principais reclamações dos alunos é a respeito da Segurança. Para isso, foi realizada reunião entre a reitoria e o secretário de Segurança Pública do Estado, Fernando Grella. “Ele se comprometeu a realizar ações coordenadas junto ao policiamento local para evitar assaltos nas imediações dos campus”, diz.
fonte: Natália Fernandjes - Diário do Grande ABC



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