17 de ago. de 2013

Faturamento das indústrias de autopeças cresce 8% no 1º semestre

As indústrias de autopeças tiveram reação nas vendas, ao registrarem crescimento médio de 8% no faturamento real (descontada a inflação) no primeiro semestre na comparação com igual período de 2012, conforme dados divulgados pelo Sindipeças (Sindicato Nacional das Indústrias de Componentes Automotores). Isso depois de forte queda (da ordem de 14%) das receitas no fechamento do ano passado ante 2011.
A melhora no ritmo de encomendas traz algum alívio para os executivos de empresas do ramo, principalmente os que atendem o mercado de caminhões. Esse segmento sofreu queda de 40% no volume de produção em 2012 e agora começa a se recuperar.
Foi o caso da Truck Bus, de Diadema, que é fornecedora de coxins e buchas de borracha para as montadoras. A empresa operava em três turnos há dois anos e passou a um turno só em 2012. Agora, com a reação nas encomendas, já admitiu 60 empregados – tem quadro hoje com 300 funcionários –, recompondo parte do enxugamento realizado em 2012. O cenário é de recuperação, mas o diretor Nelson Pacheco ressalva: “Ainda não voltamos aos níveis (de vendas) de 2011”.
Além disso, há outras dificuldades, entre elas o forte ingresso dos produtos importados, de países como China e Coreia do Sul. As compras de autopeças do Exterior cresceram 20% nos primeiros seis meses do ano ante janeiro a junho de 2012. Ao mesmo tempo, as exportações do setor caíram 2,4%. O deficit da balança comercial não para de aumentar e já chega a US$ 4,7 bilhões. O conselheiro do Sindipeças Mario Milani, que é sócio da Buzinas Fiamm, de São Bernardo, prevê que esse saldo negativo alcance US$ 7 bilhões até o fim do ano.
Pacheco cita que, mesmo com a valorização do dólar frente ao real, a competição ainda é muito desigual e as indústrias nacionais são obrigadas a reduzir a margem de lucro. “Com a incidência de impostos e a deficiência de infraestrutura (no Brasil), se não houver uma mudança na estrutura de custos no médio prazo, a empresa brasileira vai acabar”, afirma.
Por causa das dificuldades, muitas companhias passam a substituir a fabricação local pela importação. Dados de pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que as autopeças estão com ritmo de fabricação de apenas 0,48% no primeiro semestre (índice muito menor que o crescimento das vendas), enquanto as montadoras estão com alta de 14,9%. Além disso, o faturamento subiu no atendimento às montadoras e nas encomendas para lojas e oficinas, mas as exportações e as vendas intrassetoriais (para outras companhias do ramo) vêm em retração.
O setor ainda aguarda que o governo defina como será feito o rastreamento, ou seja, a verificação de quais peças dos carros são fabricadas no País. A produção local foi fixada como condição para que não seja elevado em 30 pontos percentuais o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para as montadoras nacionais. “Hoje não tem como comprovar que o carro tem conteúdo local”, cita Milani.
fonte: Leone Farias - Diário do Grande ABC

Nenhum comentário: