29 de jun. de 2011

Diadema inicia ações para ‘resgatar’ Polo de Cosméticos

A Prefeitura de Diadema aposta na realização de seminários e na inauguração, no próximo ano, de unidade da Faculdade de Tecnologia (Fatec) na cidade para retirar da “hibernação” um dos mais bem-sucedidos exemplos de empreendedorismo da história do ABC: o Polo de Cosméticos. O pontapé para a retomada da “marca” foi dado na última segunda-feira, com a realização de evento que apresentou aos empresários da cidade as tendências do segmento para os próximos anos.

Criado em 2004 com o objetivo de resgatar a autoestima dos moradores e de estimular o associativismo como forma de otimizar a atividade produtiva e, com isso, gerar mais empregos e renda, o Polo de Cosméticos ainda “navega” nas águas tranquilas de um setor que registra expansão média anual na casa de dois dígitos nos últimos 15 anos. Porém, distanciou-se das práticas que fizeram do polo referência internacional de arranjo produtivo local.

“Infelizmente, as atividades do polo hibernaram nos últimos anos devido, principalmente, à saída de algumas indústrias e ao aquecimento da economia, que levaram os empresários a se voltar para o interior de seus negócios, afastando-se de projetos conjuntos”, afirmou Renê Lopes Pedro, presidente do Polo Brasileiro de Cosméticos, como é chamada a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), criada com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico das empresas do segmento no município. “Foi um período de reflexão sobre erros e acertos.”

O setor reúne mais de 200 indústrias em Diadema, sendo 70 fabricantes de cosméticos e as demais fornecedoras de insumos, como matéria-prima e embalagens. Apesar de a cadeia ainda ser numerosa, Lopes Pedro destacou que ao menos dez empresas deixaram a cidade nos últimos anos, sendo seis de grande porte, como o Grupo Coper, vendido para a Bertin, que transferiu a produção para sua unidade em Lins; e a Pierre Alexander, que se mudou para Sorocaba.

Entre as dificuldades apontadas pelas empresas figura a política de substituição tributária aplicada ao setor, que obriga o pagamento antecipado do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) – ao vender um produto, a indústria recolhe o tributo que deve e o devido pelo distribuidor e pelo varejista. O procedimento compromete o capital de giro e o faturamento, sendo especialmente prejudicial às micro e pequenas empresas, perfil do polo de cosméticos.

Paralelamente, a incompatibilidade de propostas entre os coordenadores do polo esvaziou a iniciativa. “Ao mesmo tempo em que a Oscip deu autonomia às empresas, surgiram os problemas. O que queremos, agora, é retomar a unidade entre as empresas e a representatividade existentes no início do projeto”, ressaltou o prefeito de Diadema, Mário Reali. Em meados dos anos 2000, o polo chegou a empregar 11 mil trabalhadores diretos e indiretos, além de responder por 12% do faturamento brasileiro do setor e por 4,5% da arrecadação de impostos do município.



fonte: ANDERSON AMARAL
 DIÁRIO REGIONAL

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