22 de ago. de 2010

Hospitais privados atendem mal a região


Filas, reclamações, calor e sentimento de impotência. Esses são percalços na rotina dos usuários de convênios médicos ao buscar atendimento nos prontos-socorros dos hospitais particulares do Grande ABC. A demora chega até cinco horas para passar por uma consulta com um clínico geral.
O Diário percorreu os maiores centros hospitalares da região e constatou a superlotação na maioria das salas de espera dos PSs. Algo corriqueiro e desagradável que atinge milhares de pessoas. Segundo funcionários ouvidos pela reportagem, o aumento na procura foi motivado pelos fechamentos dos hospitais em São Caetano e São Bernardo nos últimos meses. O SindSaúde acusa que a atual situação foi creditada pela falta de investimento em mão-de-obra nos estabelecimentos.
Os únicos que sofrem são os pacientes, que pagam as mensalidades em dia e ainda doentes esperam por horas para iniciar os respectivos tratamentos médicos. A situação mais crítica está no Hospital Brasil, em Santo André, em que pessoas chegam a aguardar atendimento por cinco horas.
Com 45 mil consultas mensais, o local informa que o tempo pode chegar a três horas e indica que os usuários procurem o ambulatório para não perderem tanto tempo na fila. "As emergências têm atendimento imediato. Os pacientes de risco intermediário são atendidos em, no máximo, meia hora. Os sem risco são atendidos por ordem de chegada", informou por nota a administração do local.
"Isso aqui é uma tortura. Mas vou para onde nestas condições? Esse era o nosso hospital de referência na região", disse uma mulher.
No Hospital e Maternidade Cristóvão da Gama a espera também é demorada. "Antigamente era bom vir aqui. Hoje é tudo complicado. Aonde já se viu esperar três horas para passar com um pediatra? E gastar mais de uma hora para passar por um clínico geral", acusa a dona de casa Cristina Valete, 45 anos, na saída do Cristóvão da Gama, em Santo André.
Em nota, o hospital não informou quanto os pacientes esperam por atendimento. Mas uma atendente contou à reportagem do Diário que o tempo girava em torno de uma hora e meia, com três clínicos atendendo na manhã de quinta-feira.
A sala de espera mais lotada que o Diário visitou foi a do Hospital Beneficência Portuguesa, de Santo André. Cerca de 40 pessoas, a maioria com tosse e reclamando de dor, aguardavam ansiosamente o chamado de um dos quatro médicos.
A espera foi até de três horas para o atendimento ser concluído devido à demora na entrega dos exames de sangue e ultrassonografia, segundo um paciente. As recepcionistas informavam que o tempo para a consulta era de 40 minutos. O Beneficência não respondeu as questões até o fechamento desta edição.
"A saúde pública está melhor que a particular no ABC. Dos anos 1990 para cá a região perdeu quase a metade dos hospitais. Nós contávamos com 30 e agora temos 12. Isso é o resultado da má gestão na área", disse Waldir Tadeu David, presidente do SindSaúde, entidade que representa os trabalhadores do setor privado na região.
Diadema conta com hospital exclusivo para plásticas
O atendimento é VIP e oposto dos hospitais particulares e públicos do Grande ABC. Sem filas de espera, barulho, pessoas tossindo ou olhares cabisbaixos. Quem procura não está doente, mas apenas infeliz ou insatisfeito com alguma parte do corpo. O local não é uma clínica de estética de algum bairro chique de São Paulo, Santo André ou São Caetano. No Centro de Diadema está instalado o Hospital Perfecta, especializado em cirurgia plástica.

Os clientes não chegam de carros importados com motoristas particulares. Alguns apenas atravessam a rua para realizar os procedimentos estéticos. O valor das intervenções pode ser dividido em até 36 vezes, mas algo raro de ocorrer, segundo Ivone Tomaz, gerente administrativa do local. "Os clientes pagam na maioria das vezes à vista", conta.
A ideia de abrir uma clínica em uma das cidades mais pobres do ABC foi do cirurgião plástico Joseph Alexander de Abreu, mais conhecido como Doutor Alex, aluno de Ivo Pitangy, profissional reconhecido internacionalmente.
A pernambucana Geocione Maria de Lima, 28 anos, que trabalha como cabeleira no salão em frente ao hospital, aproveitou a facilidade, o preço e as indicações de amigos para realizar o sonho de fazer uma mamoplastia. Os R$ 6.000 gastos foi guardado com muito suor. "A autoestima está lá em cima. Mas a gente não espera o pós-operatório, que é muito doloroso", comentou Geocione.
Ela é um retrato dos clientes: renda fixa e sem condições de bancar os altos custos de uma cirurgia plástica. "Atendemos muitas donas de comércio. A comodidade é um dos nossos diferenciais", diz a gerente. O local realiza, em média, 60 intervenções ao mês, 90% dos pacientes são mulheres e as cirurgias mais procuras são implante de silicone e lipoaspiração abdominal.
Em um mês, região perdeu dois centros hospitalares
Apesar das longas filas e da clara necessidade de mais hospitais na região, o Grande ABC perdeu, no espaço de apenas um mês, dois dos principais centros hospitalares. A falta de habilidade administrativa na gestão dos estabelecimentos fez com que o Hospital Puer - antiga Maternidade Neomater - e o Hospital São Caetano fechassem as portas.

Ambos foram considerados referências no setor de atuação e deixam para trás, além de um rastro enorme de dívidas, vários clientes sem atendimento. No caso do Hospital São Caetano, foram cerca de 7.600 conveniados do Di Thiene que viram o plano ruir sem ter para onde correr.
Em entrevista ao Diário, sobre a saída do Hospital Brasil da administração do São Caetano, - pouco antes do fechamento do estabelecimento -, o superintendente do Brasil, Nilton Lorandi, justificou que o problema dos espaços não é falta de procura nos atendimentos, mas sim a atuação dos dirigentes dos locais.
"Faltam leitos no Grande ABC, isso é visível. Não posso falar com propriedade sobre o fechamento dos dois estabelecimentos, mas, claramente, falta um pouco de expertise na gestão dos locais", disse ele.
Nos dois casos, os Hospitais deixam dívidas trabalhistas, com a Receita Federal e fornecedores. No caso do Puer, a Justiça já analisa o leilão judicial para abater os débitos. (Paula Cabrera )
São Lucas: duas horas e meia de espera
Os moradores e trabalhadores que mantêm um convênio médico em Diadema têm como única opção de pronto-atendimento o Hospital São Lucas.

A auxiliar Patricia Ferreira, 27 anos, aguardou duas horas e meia para receber medicação para aliviar uma forte dor de cabeça.
"Sempre é assim. Deveria ser mais rápido. Essas pessoas não sabem o que é ter uma crise de enxaqueca. Venho aqui porque não aguento ficar em casa ou no trabalho", desabafou Patrícia.
O mesmo ocorre com a população de Mauá. O município conta apenas com os serviços oferecidos pelo Hospital América. No início da tarde de quinta-feira 20 pacientes precisaram aguardar cerca de uma hora e 10 minutos para receber cuidados médicos. As atendentes diziam que em 30 minutos os dois médicos de plantão atenderiam a todos. Tanto o América quanto o São Lucas não responderam aos questionamentos do Diário.
"Os médicos atendem de sete a oito pacientes por hora na rede particular. Isso é um absurdo, é o dobro da pública", contesta Waldir Tadeu David, presidente do SindSaúde.
Em São Bernardo, onde são realizados 48 mil atendimentos apenas nos hospitais Assunção e São Bernardo, a fila era de aproximadamente uma hora. Mas uma funcionária contou que em dias de alta procura a demora chega a ser de duas horas e meia.
"Tem muita gente, Como três clínicos vão dar conta de todos?", questionou. O hospital São Bernardo informou que em média o paciente é atendido em 25 minutos. Por nota, a comunicação do Assunção disse que "com o fechamento de alguns hospitais da região passou para 40 minutos, com a inversão térmica pode se estender mais".
Equipamentos modernos para cirurgias
Os conveniados no Grande ABC têm a disposição equipamentos modernos para consultas e cirurgias. Os hospitais Assunção, São Bernardo, Bartira, Brasil e Cristóvão da Gama realizam 138 mil consultas mensais, 3.750 cirurgias e têm 879 leitos, por mês.

O Cristóvão da Gama investiu R$ 6 milhões na construção de um prédio e compra de equipamentos de ponta. O Hospital Brasil foi incorporado pela Rede D''Or e está renovando equipamentos de ressonância magnética, tomografia computadorizada, entre outros. Em 2011 terá 30 novos leitos de UTI e PDS (pronto-socorro) ampliado. O Hospital e Maternidade Bartira está reformulando o PS, centro cirúrgico e 22 novos leitos de UTI.
fonte: 

Willian Novaes
Do Diário do Grande ABC

2 comentários:

Anônimo disse...

02 Hospital Publico Municipal Diadema ,na Av. Piraporinha altura do Nº 1.800

Sugestão de Matéria

01 A noite não têm
segurança no Estacionamento atrás do hospital , de uso exclusivo dos funcionários,os portões ficam abertos e como têm uma casa noturna com grudado hotel ao lado ,e comum usarem o estacionamento do Hospital para uso de drogas e motel .

02 O gerador toda vez que acaba energia gera um barulho ensurdecedor como caminhão sem escapamento.

03 E comum ver ratos subindo nas arvores que fica dentro do estacionamento.


04 O Jardim dos fundos do estacionamento está todo abandonado servindo de abrigo para mendigos.-

05 Dentro do estacionamento têm um deposito que guardam papelão para vender local sujo cheio de ratos.

06 Nas calçadas em frente ao Hospital têm barracas de camelos que dificulta a passagem na calçada.-

07 A aréa de descanso e guarda de pertences dos médicos fica no 11 º andar , e comum ver os medicos descansando dentro dos carros. pois são 11 andares para subir e descer.-



08 Os Portões dos fundos do estacionamento estão todos enferrujados e capaz de transmitir doenças,uma vez que com o vento e comum descer sacos de lixos com produtos seringas e outros materiais rolarem rampa abaixo .

09 Não têm agua potavél para os funcionarios beber, e os banheiros são sujos .-

10 A maioria dos funcionários acessam o estacionamento subindo pela Travessa Roberto, pela

contramão!

11 Foi prometido pelos diretores reformas nos portoes de acesso a descarga de alimentos e materiais ,mas nada foi feito!

12 E comum comercio de CD"S DVD"S, sapatos roupas perfumes ,queijo,bebidas e sacoleiras dentro das dependencias do Hospital ,com acesso pelos fundos do estacionamento para funcionarios.-

13 Os funcionários terceirizados da limpeza guardam grande quantidade de papelão para venda ,atrás da guarita. e dividem o dinheiro .-

Anônimo disse...

Hospital municipal Diadema em Piraporinha...- O Imovél está todo deteriorado com rachaduras por todos os lados ,a noite e comum ver pessoal saindo com papel higienico e verduras e frutas que teriam que ser destinado a merenda dos pacientes.

Continua a Venda de queijo,sapatos,perfumes,roupas e produtos alimenticios dentro do hospital ,CD"S e DVD"S piratas .-