30 de set. de 2009

Florestan Fernandes

A redução da exclusão social ao preparar a população mais carente para o mercado de trabalho é o que faz da Fundação Florestan Fernandes, de Diadema, referência em cursos gratuitos profissionalizantes desde 1996.

Em 13 anos, a instituição vinculada à Prefeitura e concebida como Centro Público de Formação Profissional formou pelo menos 10 mil alunos aptos a ingressar em várias áreas da economia como construção civil, informática, terapias naturais, artesanato, gastronomia, hotelaria e turismo e administração, comércio e serviços.
“Nossa preocupação é proporcionar nível de formação voltada para a geração de renda. Diadema tem um contingente nas classes D e E que necessita de iniciativas para formar mão-de-obra, não necessariamente para competir com instituições como o Senai, por exemplo, mas para complementar áreas de atuação profissional” – explica o diretor-presidente Joel Fonseca, ex-vice-prefeito e ex-secretário de Desenvolvimento Econômico do Município.
Cursos que envolvem a participação de 800 alunos por ano em média são formatados para que os participantes saiam prontos para o mercado de trabalho. “O curso de pedreiro é composto por cinco módulos. O aluno se torna um técnico no assunto, com a confiabilidade para trabalhar numa empresa ou de forma autônoma. Pelo preparo adquirido, pode seguir os estudos como fazer uma faculdade de Engenharia” – exemplifica.
A Fundação Florestan Fernandes também foca a demanda comercial e industrial que opta por se instalar em Diadema. A recente inauguração do Shopping Praça da Moça é atendida em cursos como os que estão voltados à praça de alimentação. Em 60 dias, prepara-se um manipulador de alimentos, além de profissionais capacitados para atendimento ao público, o que significa entre outras atribuições uniformes, postura e comunicação adequadas. “Grandes lojas de material de construção que têm se instalado em Diadema podem necessitar de vendedores com conhecimentos múltiplos, como em leitura de polegadas. O profissional vai adquirir esse tipo de informação em nossos cursos” – observa Joel Fonseca.
O Polo de Cosméticos de Diadema é outro segmento merecedor de atenção integral da Fundação Florestan Fernandes. Na sede da instituição, na Rua Manoel da Nóbrega (Centro), há o Espaço Beleza, que nasceu da sinergia entre Prefeitura e as empresas do Polo, que cedem material e promovem workshop às segundas-feiras. “As empresas de cosméticos de Diadema empregam hoje cerca de 13 mil pessoas, das quais 80% moram na cidade. O contingente do setor é ainda maior porque alunos formados no Espaço Beleza também abrem o seu próprio negócio, fazem trabalho porta a porta, entre outras alternativas. Teremos em breve a faculdade pública de cosmetologia, e a montagem da grade curricular é feita com a colaboração da Associação Brasileira de Cosmetologia. É um setor que só no primeiro semestre cresceu 18% no Brasil e 5% no Grande ABC, longe de ser afetado pela crise econômica” – detalha o diretor-presidente da Fundação Florestan Fernandes.
Como um dos principais interlocutores na criação do Polo de Cosméticos e nas gestões que definiram a construção do primeiro shopping de Diadema, Joel Fonseca considera que existência de mão-de-obra especializada e logística adequada são os dois fatores preponderantes para a evolução da face empreendedora nas cidades. “As empresas continuam a ter o Grande ABC como prioridade porque vão encontrar mão-de-obra especializada, além da crescente preocupação com logística por parte dos entes públicos e de a região estar permanentemente entre os principais mercados consumidores do País” – analisa.
A gastronomia é outro foco de relevo da Fundação Florestan Fernandes. Joel Fonseca lembra que a condição de sede da Copa do Mundo de 2014 levará o Brasil a intensificar a estrutura turística, não só do viajante convencional, que virá para acompanhar jogos da competição, mas também no setor de negócios. “A perspectiva de geração de vagas em função da Copa do Mundo é muito forte e é um dos motivos de planejarmos iniciativas como a montagem de restaurante-escola em parceria com a Uniforja e que possa se tornar autosustentável” – revela.

Atendimentos – De 2003 a 2008, a Fundação Florestan Fernandes registrou 376.953 atendimentos. É como se aproximadamente 94% da população de Diadema tivessem procurado a instituição. A maior parte dos alunos tem entre 30 e 50 anos, que não conseguiram na juventude uma formação profissional compatível com as exigências do mercado de trabalho e que garantisse segura condição de empregabilidade. Além da idade, a Fundação Florestan Fernandes leva em conta situação de desemprego, participação em programas sociais como Bolsa Família, grau de escolaridade e filhos. Um dos projetos, o Transformando realidades: superando desigualdades – formação e capacitação profissional para beneficiários do Programa Bolsa Família – tem como propósito a formação anual de 500 beneficiários do Bolsa Família em alimentação, informática, construção civil e imagem pessoal. O Bolsa Família beneficia 13 mil famílias em Diadema, e o projeto é um convênio entre a Fundação Florestan Fernandes e a Prefeitura, que participa com a atuação da Sasc (Secretaria de Assistência Social e Cidadania). Embora tenha muitos alunos entre os 30 e 50 alunos, faixas etárias menores também contam com projetos elaborados e operacionalizados pela instituição, como PGI (Projeto Geração Integrada), PAT (Projeto Aprendiz Trabalhador) e o Empreendedorismo Juvenil e Microcrédito.
O comando executivo da Fundação Florestan Fernandes é composto por diretor-presidente e diretorias para secretaria e áreas financeira e pedagógica. A instituição conta com Conselho Curador de caráter deliberativo integrado por representantes da sociedade civil, Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Poder Executivo e Câmara Municipal. O orçamento anual é de R$ 3,5 milhões e as atividades são desenvolvidas em todas as regiões de Diadema por meio de parcerias com 142 entidades.]

FONTE: LIVRE MERCADO

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