20 de jul. de 2009

De ônibus a monotrilho: melhoria no transporte urbano

Além de mais trens e metrôs, a melhoria da mobilidade nas cidades brasileiras para a Copa do Mundo, em 2014, vai incluir a construção de corredores de ônibus rápidos, os chamados BRTs (Bus Rapid Transit). Em São Paulo, o BRT foi aplicado nos trechos 1, 2 e 3 do Expresso Tiradentes, entre o Terminal Parque Dom Pedro e o Terminal Vila Prudente, e transporta 55 mil passageiros por dia. Há estudos para a implementação do modelo em Belo Horizonte e Recife, onde também haverá jogos.

Em São Paulo, o BRT está previsto no corredor Celso Garcia, que fará o percurso entre São Miguel Paulista, no extremo leste, e o Centro. O corredor terá 25 km de extensão, 70 pontos de parada e atenderá 450 mil passageiros/dia. O projeto está em fase de elaboração de edital de licitação e ainda não tem data para começar a ser construído.

A Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) construirá três corredores de ônibus até o fim de 2010, com investimento de cerca de R$ 450 milhões. Eles também serão importantes para a integração com a rede sobre trilhos durante a Copa de 2014. O primeiro a ser inaugurado, no primeiro semestre de 2010, ligará o Terminal Metropolitano de Diadema à avenida Roque Petroni Júnior, no Brooklin. O corredor, de 12 km, será exclusivo para trólebus e fará a integração com a estação de trem Morumbi, da CPTM.

O corredor também será integrado a um monotrilho que ligará a estação São Judas do Metrô até a estação Morumbi da CPTM, previsto para 2013. O primeiro trecho do monotrilho, entre a estação São Judas e o Aeroporto de Congonhas, será inaugurado até o fim de 2010. Outro corredor da EMTU, de 18,5 km, interligará o bairro Taboão, em Guarulhos, e a estação Tucuruvi do metrô, em São Paulo. Na terceira fase o corredor deve se estender até a Penha, na zona leste de São Paulo. Inicialmente previsto para conectar os municípios de Jandira e Itapevi, até o fim de 2010, o terceiro corredor que será construído deverá chegar à estação Butantã, da linha 4-Amarela do Metrô.

Integração
Segundo o urbanista Jaime Lerner, o BRT é essencial para a integração com a rede sobre trilhos. Segundo ele, é necessário que os corredores não sejam apenas pistas exclusivas, com possibilidade de ultrapassagem. Para que sejam ágeis, a cobrança de passagem tem de ser feita na estação de embarque e não na roleta. A SPTrans e a EMTU estudam esse tipo de cobrança antecipada para os corredores em São Paulo.

"É uma forma de 'metronizar' o ônibus, para que eles se integrem com a rede sobre trilhos, sem serem concorrentes", disse Lerner. Segundo ele, o BRT, em capacidade máxima, transporta 300 mil passageiros/dia e se aproxima da demanda do metrô, de mais de 400 mil passageiros/dia. O custo de construção de um quilômetro de metrô custa, em média, R$ 200 milhões, contra R$ 11 milhões/km de BRT. Para o engenheiro Wagner Colombini, que implementará sistemas BRT em seis cidades da África do Sul para a Copa de 2010, essa equação pesará na hora de o governo decidir como melhorar a mobilidade. "Não há dinheiro para construir rede sobre trilhos em todas as cidades. A maioria delas terá BRTs."

Fonte: Diário do Comércio

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