26 de fev. de 2009

Diadema trocará 70 mil hidrômetros com recursos do PAC

Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC

Enquanto algumas administrações municipais do Grande ABC sofrem para obter recursos do governo federal, a Prefeitura de Diadema, comandada pelo PT, começou a troca de 70 mil hidrômetros (contadores de consumo de água) na cidade com recursos provenientes do PAC (Programa de Aceleração de Crescimento).

Com custo total de R$ 4,9 milhões, R$ 3,9 milhões serão repassados pela Caixa Econômica Federal, e R$ 1 milhão de contrapartida da Saned (Companhia de Saneamento de Diadema), empresa de economia mista, com mais de 90% das ações pertencentes à Prefeitura. No mercado, cada equipamento custa de R$ 95 a R$ 110. Acima de dez peças, o valor cai para R$ 49, em média. Pelo valor estipulado no acordo, cada equipamento teria custado aos cofres públicos R$ 70, incluindo a instalação.

Segundo a Saned, o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) recomenda a substituição do equipamento a cada cinco anos para garantir a precisão na medição. A companhia fez um estudo e constatou a necessidade da substituição de 70 mil hidrômetros.

O que surpreendeu o vereador Wagner Feitoza (PSB), o Vaguinho do Conselho. "Sabia que a troca seria em casos com mais de cinco anos de uso, mas 70 mil aparelhos trocados na cidade vejo como muita coisa", afirmou, ao ressaltar que cobraria da Saned mais detalhes.

As substituições dos aparelhos não terão custos para os moradores e começaram pelas vilas Nogueira e Conceição. A previsão da Saned é concluir as trocas até o fim de 2010.

Com a garantia da precisão na aferição de consumo, e, consequentemente, o não desperdício de água, a Saned será diretamente beneficiada com o aumento do faturamento mensal. Hoje, o índice anual de perda de água é de 12%, que estão incluídas a submedição no hidrômetro, as ligações clandestinas e as fraudes. De acordo com a Saned, "não há previsão de aumento do custo de água" para o consumidor final. Até hoje, segundo dados da companhia municipal, 23 mil hidrômetros foram substituídos - 16 mil em 1997, e 7.000 em 2005.

O convênio foi fechado entre a Prefeitura e o Ministério das Cidades em setembro de 2007, ainda na administração do ex-prefeito José de Filippi Júnior (PT). O fim da vigência será em 5 de setembro deste ano. A Caixa confirmou que, se necessário e comprovado tecnicamente, o contrato poderá ser aditado.

Para o Ministério das Cidades, não existe privilégios a partidos aliados na liberação dos recursos do PAC, até porque os projetos são baseados em estudos técnicos.

A Saned também justificou que "os critérios para aprovação de projetos em parceria com o governo federal são estritamente técnicos e baseados em legislações específicas que garantem igualdade de oportunidades, democratização e transparência".

Os números, no entanto, mostram outra realidade. Além de verbas do PAC, Diadema conseguiu R$ 113,1 milhões em convênios de 1996 a 2008. Só perde para Santo André (R$ 124,6 milhões) que, até o ano passado, era governada pelo PT.

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