Em meio à crise econômica do País em 2015, que fez as vendas de veículos zero-quilômetro retrocederem ao patamar de 2007, com queda de 26,55% nos últimos 12 meses ante o mesmo período de 2014, muitas indústrias que atendem ao segmento automotivo procuraram diversificar ramo para reduzir a dependência dessa atividade.
É o caso da multinacional austríaca Fronius, cuja sede brasileira está instalada em Diadema, e que faz equipamentos para soldagem. A companhia, que tem operações no País desde 2003, iniciou neste ano o atendimento a usinas de cana-de-açúcar no mercado nacional, com produto que faz a manutenção das roldanas que moem a cana. Isso por meio de nova tecnologia, que permite a utilização do maquinário sem a necessidade de desligamento do processo produtivo do usineiro, com vantagens em produtividade e segurança (o produto atende à norma regulamentadora NR-12 do Ministério do Trabalho).
Desenvolvido ao longo de 13 meses, o produto, que entrou recentemente em fase de comercialização, deve corresponder a 20% de faturamento da área de soldagem dentro de um ano, estima o diretor-geral da subsidiária brasileira do grupo, Roman Huemer. Além dessa divisão, a empresa conta com outras duas: de energia solar, inaugurada em 2013, e de carregadores de bateria para oficinas e revendas de carros, iniciada em 2010. Essas duas últimas áreas correspondem hoje, respectivamente, a 25% e 15% dos negócios, enquanto a mais antiga representa 60%.
O executivo destaca ainda que o investimento (de valor não divulgado) nesse novo mercado pode ajudar a compensar a queda nas encomendas para o setor automotivo.
A companhia, que atende montadoras como Volkswagen, Hyundai, Toyota, Renault e Mercedes-Benz, entre outras, tem cerca de 60% de sua receita proveniente dos equipamentos de solda, deve crescer em torno de 5%, em boa parte por causa dos negócios nas outras áreas. “O Brasil foi o início desse projeto, mas podemos, a partir dele, fazer vários lançamentos mundialmente”, diz Huemer. A ideia é impulsionar vendas do equipamento também na China, Tailândia e Índia.
Globalmente, a Fronius encerrou 2015 com estimativa de 550 milhões de euros em receita (cerca de R$ 2,3 bilhões). Huemer não revela o valor do faturamento no País, mas cita que se trata de um mercado bem pequeno, com forte potencial de expansão, especialmente na área de energia solar. Com operação de venda e assistência, o grupo segue com estrutura enxuta, mas aos poucos vai ampliando seu quadro – em 2003, eram apenas sete funcionários e hoje são 55. Por enquanto, não está nos planos o início de produção no País, por causa das incertezas econômicas e também porque o grupo acaba de inaugurar unidade fabril nos Estados Unidos, segundo o diretor-geral da empresa brasileira.
fonte ; Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
Do Diário do Grande ABC