30 de ago. de 2010

Construtoras investem em lojas com apartamento decorado para alavancar vendas

De olho no grande fluxo de potenciais compradores no comércio, as construtoras e incorporadoras estão investindo em lojas em ruas e shopping centers com apartamentos inteiramente decorados para alavancar as vendas no segmento econômico.

O custo com construção e decoração de um estande de vendas próximo ao prédio que está sendo erguido é semelhante ao gasto com o aluguel e "produção" dessas lojas, segundo as empresas.

A Tecnisa inaugura nesta semana a primeira "ofensiva" desse tipo em um centro comercial, no shopping Praça da Moça, em Diadema, na região metropolitana de São Paulo, em um espaço de 170 metros quadrados. Ainda em setembro, a empresa abrirá uma loja no shopping União, em Osasco (SP), com 191 metros quadrados. Rogério Santos, diretor de marketing da Tecnisa, adianta que outras três serão abertas até o final do ano. "Vamos levar a casa para dentro do shopping", afirma.

A primeira aposta nessa estratégia de vendas foi com uma loja de rua em Carapicuíba (SP) para um empreendimento com mais de 1.300 unidades até a terceira fase, que ainda será lançada.

A Cury também escolheu o comércio de rua para atrair mais clientes, com uma unidade no centro de Suzano (SP). "Deixamos de lado aquela estratégia de ter um plantão de vendas [onde está sendo construído o empreendimento] para estar em um local mais movimentado", afirma o gerente de marketing André Camargo.

A Rossi já tem cinco lojas desse tipo espalhadas por Campinas (SP), Porto Alegre e Rio de Janeiro. Na capital fluminense, estão no shopping Nova América e em uma rua do bairro de Campo Grande.

"Um apartamento decorado cria a visão exata, o encanto", diz Marco Adnet, diretor nacional de vendas da construtora, destacando o objetivo de atingir o público das classes C e D, que não têm o hábito de frequentar estandes de vendas por considerar que não têm condições de comprar um imóvel. "Invertemos o processo. Nós vamos até o cliente."

A Brookfield escolheu o shopping West Plaza, na zona oeste de São Paulo, para divulgar um complexo com 22 empreendimentos na cidade vizinha de Cajamar.

Ao todo, serão 3.700 unidades --1.200 ainda serão lançadas. O espaço de 800 metros quadrados foi inaugurado em setembro do ano passado. Apesar do grande fluxo de consumidores, José de Albuquerque, diretor de incorporação, destaca a necessidade de ações de marketing constantes para compensar as restrições em um shopping. "Não podemos ficar no corredor abordando os clientes, por exemplo."

ESPAÇO
O presidente da Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers), Luiz Fernando Veiga, considera os apartamentos decorados em grandes centros comerciais "uma exploração criativa do espaço" e destaca o "momento glorioso" do setor, com poucas áreas ainda disponíveis para locação.

Sobre o crescente interesse das construtoras, o executivo destaca que, ao circular em um shopping, as pessoas estão mais descontraídas e "predispostas a analisar as coisas com mais calma." "Estão comprando, mas também passeando."

A estratégia das construtoras e incorporadoras para atingir mais consumidores também é interessante para os centros comerciais. "Os clientes ganham mais um motivo para ir ao shopping", ressalta o consultor de varejo Eugênio Foganholo.

 
Fonte: folha.com

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