29 de nov. de 2009

Invasão 3D

Apenas imagens em alta definição e sistemas de som de última geração parecem não chamar mais a atenção do público do cinema. Precisando se renovar, a indústria cinematográfica tem apostado fichas nos últimos anos no mercado 3D. "De tempos em tempos o cinema se reinventa e o setor ganhou novo fôlego com essa invasão do novo sistema 3D", afirma Marcos Araújo, sócio-diretor da rede Cine Araújo.

O Grande ABC conta hoje com três salas compatíveis com o sistema: no Cinemark do ABC Plaza Shopping e no complexo PlayArte do Shopping ABC, ambos em Santo André, e no complexo do Cine Araújo instalado no Mauá Plaza Shopping, em Mauá. A previsão é de que no próximo ano mais dois locais compatíveis sejam abertos, sendo um no Shopping Praça da Moça, em Diadema, no primeiro semestre, e outro no Shopping Metrópole, em São Bernardo, no fim de 2010.

Os representantes das empresas acreditam que com a pirataria dos filmes e o alto desenvolvimento dos meios de entretenimento caseiro - como televisores, computadores e videogames -, disponibilizar esse tipo de experiência é fundamental para atrair ainda mais a atenção do público.

"O 3D é interessante em qualquer ocasião e é, ainda, um formato que só existe no cinema. Temos que aproveitar essa janela pois trata-se de uma saída para o mercado", explica Ricardo Szperling, diretor de programação do Cinemark. "As pessoas ainda querem sair de casa e vivenciar o ambiente da sala de cinema."

Apesar da tecnologia em terceira dimensão ter sido criada na década de 1950, muito mudou até seu modelo atual. Esqueçam os antigos óculos brancos com lentes coloridas de papel celofane e produções capengas feitas especialmente para o formato. Os potentes projetores digitais de alta definição e os novos óculos polarizados modificaram todo o conceito da possibilidade.

"É muito melhor do que já foi visto. Hoje é tudo digital. Não há como comparar com antigamente", diz Szperling.

Toda a aparelhagem custa cerca de três vezes mais do que a destinada a filmes de formato convencional. O alto investimento resulta em ingressos um pouco mais caros para as sessões, que custam entre R$ 8 e R$ 21. Os bilhetes para produções comuns são vendidos em torno de R$ 12 e 16, em média.

"O preço ainda é elevado, mas a qualidade do serviço oferecido é acima do normal. Apesar do alto número de filmes no mercado, ainda não acho que a tendência seja o valor dos ingressos diminuir", diz o representante do grupo PlayArte.

ESTREIAS
Alguns dos longas mais esperados daqui para frente estão sendo feitos para brilhar na terceira dimensão e deixar o público perplexo com a atual tecnologia. A principal novidade é a ação live-action Avatar, do diretor James Cameron. A produção, que estreia dia 18, promete revolucionar não somente esse tipo de sistema, mas todo o cinema. Uma das dúvidas é saber como o 3D irá funcionar em um filme com legendas, já que, até o momento, as atrações que são distribuídas por todo o mundo, precisam ser dubladas.

"Ele (o filme) promete empregar um trabalho jamais visto. A expectativa é grande para todo o mercado e ainda não sabemos como vai funcionar", ressalta o diretor do Cinemark.
Outro longa aguardado é a adaptação psicodélica do conto infantil Alice no País das Maravilhas (março), de Tim Burton. Na mesma linha "legendada", estreiam Premonição 4 (janeiro) e Resident Evil: Afterlife (setembro), todos com lançamento em 2010.

O próximo ano também marca a volta da dupla Woody e Buzz Lightyear, que salta da tela em Toy Story 3 (junho), além de reestreias de versões 3D das duas primeiras aventuras dos divertidos brinquedos. Os produtores da Dreamworks são outros que apostam no formato, trazendo às salas as animações Como Treinar o Seu Dragão (março) e Shrek Para Sempre (maio).

fonte: Luís Felipe Soares 
Do Diário do Grande ABC

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