Quem também veio de longe para se consultar com nutricionista foi o técnico em enfermagem aposentado Antônio José da Silva, 63. O morador de Paraguaçu (Minas Gerais) contou com a ajuda da filha, que vive na Capital, para conhecer a clínica via internet. “Tenho convênio, mas não oferece nutricionista, por isso, preferi pagar a esperar no SUS. A médica me receitou uma dieta e daqui 15 dias retorno para ver se deu certo.”
PROPOSTA
Conforme explica o diretor da rede Dr. Consulta, Guilherme Azevedo, a primeira unidade, localizada no Sacomã, nas proximidades do Heliópolis, na Zona Sul, surgiu com a proposta de contribuir para a resolução de um dos problemas básicos do País. “O setor público não consegue dar a cobertura necessária para os cerca de 150 milhões de brasileiros que não têm plano de Saúde. Queremos mostrar que não é utopia ter Saúde de qualidade”, ressalta.
O modelo de atendimento médico adotado pela rede, segundo Azevedo, leva em conta a desospitalização. “Os hospitais devem atender pacientes com problemas de alta complexidade. É muito mais econômico, rápido e inteligente descentralizar o atendimento.”
Desde que iniciou os trabalhos, a unidade da Capital já atendeu 75 mil pessoas em 21 especialidades disponíveis. São cerca de 400 pacientes por dia atualmente. Já a unidade de São Bernardo atende, em média, 70 pessoas diariamente, mas tem capacidade para receber até 1.000. “Nossa meta é atingir esse número até o fim de 2015”, diz Azevedo.
Diadema está entre os dez municípios que receberão consultórios
O plano de expansão da clínica Dr. Consulta contempla outra cidade da região: Diadema. O município está entre as dez localidades que receberão unidade da rede em 2015. Até dezembro, serão abertos outros quatro consultórios na Capital.
“Estudamos as localidades com maior concentração de pessoas dentro do nosso público-alvo e listamos 50 na Grande São Paulo”, destaca o diretor da rede, Guilherme Azevedo.
A ampliação dos serviços oferecidos também está nos planos, com a inclusão da radiologia entre os exames. Nos casos em que os pacientes precisam de procedimentos não ofertados no local, são encaminhados para clínicas parceiras ou hospitais de referência.
PERFIL MÉDICO
Os 80 médicos que fazem parte da rede têm de valorizar o atendimento humano, avalia o clínico-geral e endocrinologista Bruno Reis Massafelli. “A fidelização do paciente se dá por meio de atendimento de qualidade, alcançado a partir da estrutura adequada para que seja possível o diagnóstico.”
Os profissionais não são voluntários. Pelo contrário. De acordo com Azevedo, são remunerados em condições de mercado – cerca de R$ 40 a hora. “Nossa diferença é que não temos o plano médico intermediando a Saúde.”
fonte: Natália Fernandjes - Diário do Grande ABC