30 de nov. de 2011

NOVA CLASSE MÉDIA É MAIORIA NA REGIÃO


Dados do Censo 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) indicam que a nova classe média, ou classe C, é formada por 473 mil famílias do ABCD, o que representa 60% da população da Região. De acordo com o índice da Fundação Getúlio Vargas, cada núcleo possui renda mensal entre R$ 1.126 e R$ 4.854. A pesquisa considera família a união de todos que moram em um mesmo domicílio.


Esse indicativo regional aponta que, mesmo seguindo uma tendência, a nova classe média não somente é maior do que as demais faixas de renda (E, D, B e A), mas é também mais alta que os índices nacionais. Até 2010, 93 milhões de brasileiros estavam inseridos na nova classe média, representando, portanto, 52% da população.


O IBGE possui também dados sobre a renda da população em 2000, mas esses índices não podem ser usados como comparativos às atuais informações, porque o instituto modificou a metodologia que classifica as faixas de renda.


Para Vitor Emmanuel Ferraz, professor de ciências sociais e políticas da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), essa imensa classe média está inserida em um contexto de transformações sociais e econômicas do País na última década.


“Um ponto em comum dos países democráticos é ter uma larga e consolidada classe média. Esses dados têm a ver não apenas com o nosso desenvolvimento econômico, mas também com o nosso desenvolvimento, a nossa evolução política”, disse o professor.


ABCD - Entre as cidades da Região, os indicativos oscilam pouco. Todos os municípios têm a classe C como mais da metade da sua população. Ribeirão Pires tem, proporcionalmente, a maior classe média, com 61,5%, que representa 20.844 famílias. Logo na sequência, Mauá aparece com 60,7% da população inserida na nova classe média (76.194 famílias). Em números absolutos, São Bernardo é quem possui o maior número de núcleos familiares ganhando entre R$ 1.126 e R$ 4.854. São 141.613, ou seja, 59% da população.


O marceneiro Washington Fernando Gonçalves, 32 anos, que vive em São Bernardo há mais de 20 anos e trabalha fabricando móveis e estruturas de madeira desde a infância, galgou nos últimos anos espaço nessa nova classe média. De empregado, Gonçalves passou a chefe e, por meio de cursos profissionalizantes, pôde aproveitar a boa fase do setor imobiliário e virar empresário.


Microempresário - “Hoje, nunca fico sem encomenda. A quantidade de prédios novos que eu atendo é imensa; já até parei de contar. Posso pagar escola para as crianças, dar conforto, viajar nas férias, coisa que pouco tempo atrás era impensável. Antes era um serviço ali, outro aqui. Eu só sei ser marceneiro. E agora sou marceneiro e microempresário”, afirma.


O novo poder de consumo que o marceneiro se refere é um dos critérios que fez com que os institutos e o governo federal incluíssem mais famílias na classe. Para o economista Sandro Renato Maskio, da Universidade Metodista e da Universidade de São Paulo (USP), o aumento real de salário e os programas de distribuição de renda foram fundamentais para solidificar a classe C.


“Havia a discussão se não seria o correto colocar uma família como classe média àquela que tinha como renda mensal a partir de quatro salários mínimos (R$ 2.180). Isso não foi considerado porque ficou entendido que a partir de três salários mínimos a família podia ter condições de morar, de se alimentar e teria acesso a bens de consumo básico”, afirmou o economista.

O tamanho da nova classe média no ABCD
                CIDADE              
TOTAL DE DOMICÍLIOSCLASSE C (FAMÍLIAS)PERCENTUAL
Diadema117.34467.97357,9%
Mauá125.34876.19460,7%
Ribeirão Pires33.84420.84461,5%
Rio Grande13.1917.35155,7%
Santo André215.617130.10160,3%
São Bernardo239.174141.61359%
São Caetano50.49228.55056,5%


fonte: Carol Scorce - ABCD MAIOR

3 comentários:

Luiz disse...

Se interessante informarem tbm o percentual das classes A, B, D e E.

Luiz disse...

*Seria

Anônimo disse...

É muito bom saber que as pessoas melhoram de vida, entretanto sabemos que este crescimento é artificial, visto que a classe A e B ainda detém os meios de produção e ao sinal de qualquer crise volta a demitir em massa e a chamada nova classe média que compra via financiamentos a perder de vista se complica mais do que quando fazia parte das classes D e E.
Subiu sim a renda, mas não houve distribuição da mesma de modo significativo, as classes A e B, estão muito mais ricas e concentradoras, acontece que para essas classes enriquecerem mais foi necessário abrir os mercados para consumo geral. Sabe-se também que a educação piorou e os alunos saem das escolas graças as políticas atuais de educação analfabetos funcionais, logo em uma crise não possuem condições de disputar mercado, sem contar que o Brasil importa mão de obra especializada. Ainda é cedo para comemorar.
Professor de Geografia.