Estamos finalizando formalmente as unidades de Mauá e Diadema, e o nosso desejo é trazer para cá não só essas duas unidades. Estamos começando uma unidade em Rio Grande da Serra também, com um polo. E conversamos com Ribeirão Pires, que se mostrou interessado. Começamos uma conversa para avançar esse mesmo modelo de Rio Grande da Serra para Ribeirão Pires, para levar mais ensino gratuito para a população local. Seria um polo, que não se constrói, você já pega um ponto, uma edificação. Chamamos de um embrião de um possível campis. Quem tem a prerrogativa de dizer se vai ter campi ou não é o Ministério da Educação, não é a reitoria. Mas eu, particularmente, sou um entusiasta da expansão. Trabalho na rede federal há mais de 30 anos e estou cuidando da expansão há 16 anos, desde 2009. Não tem como não ser um defensor, tendo em vista tudo o que eu já vi. Não só do ponto de vista da infraestrutura da cidade que trouxeram, de alguma maneira, o campis, como também para a população de modo geral. Junto aos ganhos e a transformação de realidades de pessoas devido à interação com a nossa instituição no ensino público e gratuito, nos diversos níveis e modalidades.
E quais são os prazos dessas unidades Mauá e Diadema?
Nós estamos no prazo do Congresso Nacional, que é a aprovação da Lei Orçamentária Anual, para nós concluirmos, na verdade, a aquisição de um equipamento em Mauá e também de um em Diadema. Esses equipamentos vão requerer alguma intervenção e mediação. Paralelo a isso, também há um projeto de lei de criação de cargos e funções, que é para dar provimento, via concurso público, para esses dois novos equipamentos. A Lei Orçamentária Anual deve ser votada agora no começo de fevereiro. Provavelmente, conclua-se a aquisição de Diadema e de Mauá durante esse período. A previsão é que tenhamos aulas no segundo semestre.
Como funciona? A cidade entra com alguma contrapartida?
Depois de a instituição instalada, a folha de pagamento e o custeio são por conta da rede federal, pela União. Agora, num primeiro momento, para atrair o investimento — é um empreendimento — as prefeituras, por vezes, podem fazer contrapartidas. No caso de Mauá, o prefeito Marcelo Oliveira (PT) fez uma articulação, e um prédio de R$ 45 milhões a gente está conseguindo comprar por R$ 25 milhões. Diadema também. É uma aquisição de um clube japonês, o clube Okinawa (Avenida Sete de Setembro, 1.670). No fim, vai precisar de ampliação, mas, dada a localização do terreno e o valor que nós estamos pagando, também é uma contrapartida. É importante porque, às vezes, se faz a doação de um terreno na prefeitura. Em alguns lugares, o terreno é muito afastado, não tem transporte urbano, não tem água, não tem esgoto. Então, acaba inviabilizando o projeto. Sobre Mauá, é uma escola, o prefeito está à frente. Eu, particularmente, também faço uma defesa há mais de 14 anos: precisamos de novas reitorias no Estado de São Paulo. É muito razoável pensar numa sede de reitoria aqui no Grande ABC — Santo André, São Bernardo, São Caetano — para cuidar dessas novas unidades, repito, e também de outras que podem ser agregadas a esse polo de administração. O Grande ABC é fundamental para o IFSP. E eu diria que também é fundamental para a sociedade de modo geral, dada a especificidade do trabalho que fazemos. Nós não somos só ensino superior; somos ensino superior, ensino técnico, e mais do que isso, realizamos a formação inicial e continuada.
A mudança de prefeitos atrapalha o processo?
A mudança de prefeito pode interferir de forma positiva ou negativa, mas não determina, por si só, a implementação de um campi ou unidade. O governo federal pode, por exemplo, adquirir um prédio ou terreno de forma independente, sem necessariamente depender do apoio direto do prefeito. Porém, é claro que uma boa relação com o poder público local pode facilitar muito o processo, especialmente em aspectos como transporte urbano, infraestrutura e apoio logístico. Temos casos de cidades que demoraram para iniciar o diálogo conosco, mas que, uma vez estabelecido, o processo avançou.
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