23 de nov. de 2010

Cia. de Danças se apresenta no México

Participando da 5ª Mostra de Artes Cênicas da Cidade do México, a Cia de Danças de Diadema apresenta duas coreografias do seu repertório no país. Na sexta, "Crendices...Quem Disse?, de 2007 e no sábado, "Meio em Jogo", seu último trabalho.

Oitenta companhias de dança, teatro, música, circo e teatro infantil participarão da mostra. Mais de 200 espetáculos de vários cantos do mundo estarão em circulação por mais de 25 pontos da capital do México.

O primeiro espetáculo da Cia de Danças que será apresentado, inspirado em A Pedra do Reino, de Ariano Suassuna, é calcado nos símbolos e crenças da cultura popular regional brasileira. Com execução de trilha ao vivo, a sonoridade investe em misturas de instrumentos, como o cear, de origem indiana e o exótico theremin.

"Meio em Jogo" é definido por um tabuleiro, que representa um jogo de sorte onde as peças são os corpos e seus movimentos, a consequência do que dita o rolar dos dados.

A companhia, criada em 1995, carrega na bagagem 19 repertórios, sendo seis deles ativos. Ao longo de sua carreira, viajou para mais de 100 cidades e além de suas criações, desenvolve projetos junto à comunidade, entre eles o Pés na Estrada. Bailando na Cidade e Cirandança.

A cada ano é uma provação nova conquistar incentivos e conseguir atingir um público maior. Viajar com nosso trabalho é algo que valoriza e evidencia nossas propostas", disse Ana Bottosso, diretora da Cia.


DGABC

UM APAIXONADO PELA MEMÓRIA DE DIADEMA

Nas últimas duas décadas, pesquisar tem sido a palavra que permeia a vida do metalúrgico aposentado Walter Adão Carreiro, 71 anos. Apesar da quantidade de nomes e datas, o memorialista tem a história de Diadema e dos principais personagens da cidade na ponta da língua. Em meio a livros, fotos, atestados de óbito, visitas a cemitérios e entrevistas com os moradores mais antigos, o pesquisador conseguiu descobrir e resgatar curiosidades, segredos e fatos pitorescos.

A ideia de virar um memorialista surgiu em 1989 durante uma reunião na casa de Sylvia Ramos Esquível, esposa do primeiro prefeito de Diadema. O fato de a população não saber os significados dos nomes das ruas despertou a curiosidade e o instinto de detetive no aposentado. “Desde então me empenhei em descobrir a história de cada uma das 2,2 mil vias da cidade”, explicou. A pesquisa virou livro que deve ser editado entre o final deste ano ou no início de 2011.

Sem saber usar máquina de escrever e com a pouca popularidade da internet e do computador no País na época, Carreiro fazia todas as anotações à moda antiga, com caneta e papel. A falta de recurso também foi uma dificuldade a ser superada. “Para conseguir comprar meu primeiro gravador, em 2001, tive de vender um relógio de pulso”, comentou.

Dentre todos os locais que visitou, Carreiro pegou gosto pelos cemitérios. “Lá estão enterradas as histórias das cidades. Há sempre uma surpresa”, revelou. Sem dinheiro, o aposentado estava acostumado a passar o dia inteiro entre o silêncio dos túmulos dos cemitérios da Consolação, Vila Mariana e Diadema. “Queria aproveitar ao máximo. Ficava horas sem comer e só bebia água por causa dos bebedouros públicos”, disse.

Ao longo do percurso, Carreiro acumulou centenas de amigos e um acervo pessoal de 3,5 mil fotos que ilustram a história da cidade. O registro mais antigo é de 1908, uma foto de Horácio Messias Nogueira, fundador da Vila Nogueira. “O original foi doado pela nora dele, Dina Nogueira”, disse. Atualmente Carreiro escreve um segundo livro, que abordará as peculiaridades da história de Diadema e dos personagens que dela participaram.

Claudia Mayara - ABCD MAIOR

REGIÃO TERÁ MAIS DE 400 CÂMERAS DE SEGURANÇA EM 2011

 A violência e a insegurança estão incentivando as prefeituras do ABCD a comprar e instalar câmeras de monitoramento. Desde 2005, a Região instalou 165 aparelhos e investiu R$ 5 milhões, entre recursos municipais, particulares e federais no setor. Para 2011, o número vai mais do que dobrar. Em parceria com o governo federal, a estimativa é que Santo André, São Bernardo e Diadema injetem R$ 12 milhões na aquisição de 241 novos equipamentos de filmagem, totalizando 406 câmeras no ABCD.

“Infelizmente, a população convive com a insegurança. Por isso, o governo precisa pensar em alternativas para deixar o povo seguro”, comentou o secretário de Segurança de São Caetano, Moacyr Rodrigues. Em novembro, a cidade divulgou o investimento de R$ 1,2 milhão dos cofres municipais em 60 equipamentos de vídeo. A intenção é que o videomonitoramento comece a funcionar entre janeiro e fevereiro de 2011. Porém, antes o espaço precisará ser readequado e os funcionários, treinados.

Com o investimento, São Caetano passará a contar com 74 câmeras, o que corresponderá a 45% do total de equipamentos do ABCD quando os 60 equipamentos de vídeo forem instalados.  Diadema vem em segundo lugar, com a instalação de 64 aparelhos, seguido por Santo André com 19 e São Bernardo com oito câmeras de monitoramento. Para 2011, Santo André, São Bernardo e Diadema possuem projetos para ampliação, enquanto Ribeirão Pires e Mauá estudam a implantação dos primeiros equipamentos de segurança.

São Bernardo, que iniciou o projeto de videomonitoramento este ano, tem meta ambiciosa para o próximo ano. O município planeja instalar 200 câmeras para monitorar todas as escolas municipais. O custo total ainda está em estudo, mas com base nos projetos de Santo André e Diadema, que pretendem instalar 21 e 20 equipamentos, respectivamente, ao valor de R$ 1 milhão cada cidade, o investimento de São Bernardo deverá ficar em torno de R$ 10 milhões, totalizando um investimento de R$ 12 milhões para 2011.

“O programa de videomonitoramento de São Bernardo, quando implantado, vai agilizar o trabalho operacional da Guarda Civil Municipal e ampliará a sensação de segurança nas ruas do município por se tratar de uma ferramenta fundamental para o trabalho preventivo. Em 2011 vamos implementar a segunda etapa desse sistema, com novos detalhes a partir de janeiro”, afirmou Benedito Mariano, secretário de Segurança Urbana de São Bernardo.

O montante é visto pelo coronel José Martins Navarro, comandante do Policiamento da Área Metropolitana 6, responsável pela Região, como importante para o controle e fiscalização de delitos, tanto na prevenção quanto em ações investigativas. “Estamos negociando para colocar policiais nos centros de monitoramento, mas enquanto isso não é possível a própria prefeitura, via Guarda Municipal, passa um rádio e avisa as ocorrências”, explicou. Por enquanto, apenas São Caetano terá um policial no videomonitoramento.

Responsabilidade - O especialista em segurança Jorge Lordello também apoia a iniciativa da Região em tomar para si a responsabilidade pela segurança pública. “A tecnologia tem colaborado não apenas no combate a criminalidade, mas também no monitoramento do trânsito”, comentou. Para o pesquisador criminal, ao optar pela instalação dos equipamentos, o ABCD está minimizando custos. “A cada câmera instalada é como se a cidade estivesse colocando um policial ou GCM naquele ponto. O bom dos equipamentos é que possuem giro de 360º e zoom, algo que um ser humano não tem”, avaliou.

O treinamento de funcionários e a instalação de placas sinalizando os aparelhos são as únicas ressalvas de Lordello sobre a iniciativa. “Não basta encher a cidade de câmeras e não treinar as pessoas para saber o que procurar nas imagens”, ressaltou.  Já as sinalizações podem servir, de acordo com o especialista, como um fator inibidor. “Imagine colocar um policial dentro de uma casa olhando pela fechadura. Se ocorrer algum delito, o policial terá que agir. Por outro lado, se a polícia ficar exposta, dificilmente haverá crime naquele lugar. Funciona da mesma forma com as câmeras”, afirmou.

Claudia Mayara - ABCD MAIOR