15 de fev. de 2017

Design inspirado em grandes redes aumenta vendas de pequenas lojas é caso da Fábrica 7, em Diadema (SP)



O design de uma loja pode aumentar em até 30% seu faturamento, segundo dados do Sebrae-SP. Pensando nisso, pequenos empresários buscam inspiração em grandes marcas para melhorar o ambiente de seus negócios.

"É preciso encontrar no mercado novas ideias, já que um design bem feito impulsiona os resultados", afirma o consultor do Sebrae-SP Rodrigo Carvalho.

O empresário Rafael Couceiro, 32, caça novidades em redes de restaurantes como a norte-americana Outback para sua hamburgueria, a Fábrica 7, em Diadema (SP).
A busca começou antes mesmo de abrir as portas. Todas as segundas, Couceiro visitava um lugar novo.

"Peguei ideias como os sofás e lustres baixos, que deixam o ambiente agradável, e até de atendimento, como ter uma hostess na porta ou treinar os garçons para que se apresentem aos clientes antes de atendê-los", afirma.

Segundo Couceiro, o estudo prévio deu certo: em dez meses, a hamburgueria já fatura R$ 100 mil por mês.

Para Luis Stockler, da consultoria de franquias ba{STOCKLER, é possível tirar informações dos materiais de feiras para varejo no exterior, como NRF e Euroshop, alguns disponíveis on-line.

"O pequeno deve observar o que os maiores fazem e beber desta fonte também", diz.
Na Puket, rede de lojas especializada em meias e pijamas, a estratégia começa ao montar um calendário do ano, com eventos e festas.

Depois, são criados projetos que liguem todos os pontos de contato com o cliente, como vitrine, redes sociais, catálogos e ações no ponto de venda, como promoções.

"A loja é o templo da marca e deve ter boa apresentação", diz a diretora de marca da rede, Andreia Mendes.

Mas há locais que não dispõem de espaço para vitrines elaboradas, por exemplo.
Nesse caso, dá para se inspirar na rede britânica de beleza The Body Shop, que instala nas lojas mesas com os principais lançamentos.

"Usamos essa estratégia para apresentar os produtos e deixamos provadores para que o cliente experimente os itens", afirma a administradora Regina Boschini, 42, que tem seis lojas da marca.

Para fazer com que os consumidores passem o maior tempo possível na loja, Boschini abusa de elementos de decoração como plantas, iluminação indireta e ambientação rústica, tudo seguindo as diretrizes da marca.

FERRAMENTAS
As estratégias das grandes franqueadoras, que vão de projeto arquitetônico, embalagem, promoções e atendimento, são criadas usando ferramentas de inteligência de mercado, diz Carlos Alberto Zilli, especialista da ABF (Associação Brasileira do Franchising) e jurado do prêmio de design da entidade.

Há opções que podem ser contratadas por pequenas empresas, com baixo custo. Consultorias especializadas oferecem o serviço e já existem softwares como o Microsoft Power BI, cujo plano custa US$ 9,99 (R$ 30,90) por mês.


Segundo Zilli, há também uma alternativa gratuita, embora mais trabalhosa: conversar com os clientes, seja estando na loja ou estudando a base de cadastros, para entender suas necessidades e padrões de compra.

Mas não é preciso gastar rios de dinheiro nem mudar o tempo todo o projeto ou mesmo o marketing da loja.


"Uma tendência é apostar em pequenas soluções para nichos, como embalagens para cada produto ou região, mas ainda é preciso conhecer bem o público", diz Zilli.

EVENTO
Na edição deste ano, a Feira do Empreendedor, do Sebrae-SP, que acontece entre 19 e 21 de fevereiro no Anhembi, em São Paulo, contará com lojas-modelo de diversos setores de varejo.

Estão previstas uma oficina mecânica, comércio eletrônico, loja de roupas, salão de beleza, minimercado, papelaria e restaurante.

A ideia é mostrar as melhores práticas de negócio em cada setor e soluções para deixar o estabelecimento mais atrativo para o cliente.

"Antes de pensar no modelo de negócio, o empreendedor deve observar o que há de consolidado no mercado, para aprender a fazer bem feito", afirma o consultor do Sebrae-SP Rodrigo Carvalho.

Entre os temas abordados estão operação de loja virtual, marketing visual, disposição e mix de produtos, recepção, atendimento e estoque.

No restaurante, serão montados serviços de alimentação, que vão de salad bar, bufê e loja de conveniência.

Nos espaços-modelo, consultores especializados farão visitas guiadas para apresentar cada tipo de negócio.

Para apresentar a loja de roupas, os visitantes usarão óculos de realidade virtual para assistir vídeos que mostram como ambientar o estabelecimento. No salão, aprenderão as principais normas técnicas de qualidade que regem o setor de beleza.

Além dos aspectos de cada setor, os especialistas vão explicar como investir em um novo negócio, estruturar e inovar as operações, organizar as finanças e montar um plano de marketing.

Também estão previstos no local, batizado de "Cidade Empreendedora", 424 estandes de expositores. A expectativa do Sebrae é receber 150 mil pessoas na feira, que acontece no Anhembi. 

fonte: FOLHA

Fabricante de robôs de Diadema lança sistema a laser remoto


A Motoman Robótica do Brasil, empresa localizada em Diadema que pertence ao conglomerado japonês Yaskawa, desenvolveu sistema inédito em território nacional de solda a laser remoto, que permite a operação com um robô e um gerador de energia. A tecnologia já tem um primeiro cliente, a Amvian, fabricante norte-americana de estruturas para bancos automotivos, situada em Atibaia, no Interior, que abastece a Volkswagen.
De acordo com a Motoman, o sistema foi desenvolvido apenas por profissionais brasileiros, e em Diadema. A máquina foi criada para realizar a soldagem do banco do novo veículo que a Volks pretende lançar no decorrer deste ano, cujo nome ainda não foi revelado pela montadora alemã. No entanto, conforme o Diário antecipou, a planta da Anchieta, em São Bernardo, começará a fabricar veículo da ‘família’ do Gol. Mais sofisticado e mais espaçoso que o carro popular, sua nova versão terá outro nome e será comercializado em faixa acima da do modelo atual – que segue sendo manufaturado. Será espécie de versão brasileira do Polo. É possível, portanto, que seus bancos recebam essa tecnologia.
“Muito embora a solução já seja aplicada em outros países da Europa e nos Estados Unidos, no Brasil é a primeira vez que ela é desenvolvida. Me sinto muito orgulhoso por fazer parte desse feito”, afirma o diretor da Motoman, Icaru Sakuyoshi.
O sistema, que vale cerca de R$ 5 milhões – e, segundo Sakuyoshi, custa entre R$ 8 milhões e R$ 10 milhões se importado –, é composto por robô de alta precisão, gerador de laser, cabeçote laser 2D (para fixar a peça), dispositivos de solda, bases, enclausuramento, coifa, sistema de exaustão com filtragem, aparelho de monitoramento on-line e portas automáticas.
Segundo Sakuyoshi, o equipamento, que levou nove meses para ser construído, é quatro vezes mais rápido do que a solda convencional, ou seja, tem capacidade para chumbar a peça traseira do banco do automóvel em apenas 60 segundos. “Em razão da demanda, pretendemos construir um novo exemplar do sistema, só que dessa vez em menos tempo, em seis meses, no máximo”, comenta.
Sem contar que, a partir do momento em que o trabalho de solda é feito pelo robô, além de aumentar a velocidade, o risco diminui.
A Amvian foi escolhida pela Volkswagen no início de janeiro para substituir o grupo Prevent (detentor da Keiper, de Mauá), com o qual rompeu contrato de fornecimento após disputa comercial. Sem bancos para terminar a montagem dos automóveis, a marca alemã teve de paralisar a produção por várias semanas nas unidades de São Bernardo, Taubaté e São José dos Pinhais (Paraná). Ao todo, a montadora estima que 150 mil veículos deixaram de ser confeccionados por esse motivo.
Questionado sobre o possível risco aos empregos no chão de fábrica com o advento, Sakuyoshi rebate. “Esse negócio de que a máquina tira emprego do homem é um mito, o objetivo por aqui é maior. Queremos investir em novas tecnologias, aumentar a produtividade e expandir os negócios e, como consequência, disso, gerar empregos mais qualificados na área.”
Hoje, a companhia emprega 93 funcionários. Dentre os setores que a Motoman atua estão as indústrias automotiva, alimentícia, de implementos agrícolas, siderúrgica e paletização. A robótica está na região por meio da companhia desde 1999, primeiro em São Bernardo e depois, em 2011, em Diadema.
EXPECTATIVA - Antes de realizar projeções para este ano, a Motoman aguarda o fechamento do balanço de 2016, cujo ano fiscal se encerra somente em abril. A intenção da empresa é retomar o crescimento em razão dos novos negócios firmados e, assim, recuperar a queda de 30% registrada em 2015.
“Estamos em negociações avançadas com a Amvian para atender mais uma montadora do Grande ABC. Caso dê certo, vamos investir mais e construir outro sistema de solda a laser para atender os requisitos do cliente. Creio que 2017 será ano de expansão para nós”, estima Sakuyoshi. 
fonte: DGABC