22 de jan. de 2012

Empresa de automação dobra vendas


O varejo brasileiro cresceu, em 2011, impulsionado pelo consumo das famílias, que seguiu em expansão, apesar da elevação dos juros e de outras medidas do governo para reduzir as compras a prazo. Na esteira da alta nas vendas do comércio, empresas que fornecem equipamentos de automação para lojas e supermercados também se mantiveram em alta.
Foi o caso da Gertec, de Diadema, que fabrica itens como o pin pad (que os lojistas usam para passar cartões de débito e crédito dos clientes), teclados de automação bancária e terminais de consulta de preços, entre outros.
A empresa não ficou imune à desaceleração da economia, mas apenas reduziu um pouco a marcha, na comparação com a forte velocidade que registrava nos últimos anos. Em 2011, cresceu em torno de 15% em vendas e fechou o ano com faturamento da ordem de R$ 85 milhões. Foi bem mais que a alta do PIB do País (estimada em 2,8%), o que pode ser considerado bom desempenho, mas não se compara à expansão que a companhia registrou em 2010, de 63%, e aos 81% de aumento nas vendas em 2009. "Em dois anos, mais do que dobramos", resume o gerente comercial, Marcelo Teramae.
O gerente cita que, quando a crise internacional de crédito, estourou, no fim de 2008, a Gertec não sentiu o impacto. "Naquela época estávamos contratando e ampliando", assinala. Diversos fatores colaboraram para a ascensão expressiva. Um deles foi que muitas empresas enxergaram, em meio a um cenário difícil da economia, que precisavam melhorar a eficiência, para reduzirem perdas e aumentarem a produtividade. "A princípio assusta, já que a loja tem de adquirir hardware, softwares e contratar consultoria. É uma mudança radical, por exemplo, para quem (o lojista) ainda usa caderneta", cita.
Teramae observa que, embora a automação comercial seja antiga, a industrial tem mais visibilidade e é mais conhecida, pelo uso de robôs nas linhas de montagem.
No ramo em que atua, apesar da disputa com multinacionais, a brasileira Gertec tem se destacado. É líder em pin pads para o varejo e também uma das que mais comercializa terminais de consulta de preços, equipamento este que passou a ser obrigatório há alguns anos em redes de supermercado. Além disso, a companhia, em 2010, foi a sétima que mais cresceu, entre 200 empresas do ramo, no ranking nacional de tecnologia realizado pela consultoria Deloitte para a revista Info Exame. Em 2009 foi a quinta.
Para isso, a fabricante, que tem quadro de 300 funcionários, procura se ajustar à demanda e se atualizar constantemente. "Precisamos ter conhecimento do segmento e fazer análise do mercado", afirma Teramae. A empresa conta com equipe de 20 engenheiros para o desenvolvimento de produtos na sede, em Diadema, que reúne ainda área administrativa e comercial. A unidade fabril fica em Ilhéus, na Bahia.
fonte: Leoni Farias - DGABC


Imóveis ficarão mais caros ao longo do ano


Quem deixou para comprar a casa própria neste ano pode preparar o bolso. Ao que tudo indica, os imóveis devem manter a mesma valorização de preços que em 2011 - entre 15% e 20%. "Os índices de venda de lançamentos no Estado devem até encarecer", projeta o economista-chefe do Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo, Celso Petrucci.
Apesar da supervalorização nos imóveis, especialmente no segundo semestre - o que preocupou empresários do setor sobre uma possível baixa na venda de unidades -, o presidente da Viana Negócios Imobiliários, Aparecido Viana, é enfático: "Imóvel sempre vai valorizar, porque a oferta é sempre menor e, a demanda, maior".
Contudo, o presidente da Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC, Milton Bigucci, minimiza o impacto dos aumentos, ao frisar que nos últimos quatro anos triplicou o custo das residências. Dessa forma, o ritmo não deve assustar. "Os aumentos não podem ser tão altos para não prejudicar a velocidade das vendas e escoamento das unidades."
Segundo ele, equilibrar essa conta matemática não é nada fácil. Isso porque, além da valorização real dos imóveis, as construtoras ainda arcam com preços elevados dos terrenos, reajustes de salários no segmento e de material de construção. Também defendem margem de lucro como justificativa para aumentos. "Tudo isso é repassado aos compradores, não tem jeito."
A cidade elegida pelos empresários ouvidos pela reportagem do Diário a despontar até dezembro na região é Diadema. O valor médio cobrado pelos imóveis será entre R$ 240 mil e R$ 300 mil.
Para o presidente da MZM Construtora, Francisco Diogo Magnani, a cidade já conta com quatro empreendimentos da construtora. Um deles envolve um hotel com 10,8 mil metros quadrados, no Centro. "O fato de o terreno ser muito mais barato do que em São Paulo é um diferencial. Custa de 30% a 60% menos."
Contudo, a menina dos olhos do setor hoje é São Caetano. Apesar do espaço restrito, Viana garante que ainda há "gordura" de até 7% a ser preenchida na cidade nos próximos meses.
Os tamanhos dos imóveis, segundo o delegado regional do Creci-SP, Alvarino Lemes, devem ficar na média de 44 m² a 52 m², para imóveis de até R$ 170 mil. Já unidades com preços de R$ 280 mil, devem abarcar tamanho entre 68 m² a 75 m². "Os mais procurados são e devem continuar sendo os de dois dormitórios para as metragens menores."
CAUTELA - A crise e a inflação em alta, que abocanham os ganhos da massa salarial, já interferem no desejo dos paulistas para comprar imóveis. Pesquisa do Programa de Administração de Varejo mostra que neste trimestre, frente a igual período de 2011, houve queda de 32,5% na intenção de compra de imóvel. Só 500 entrevistados falam em adquir uma unidade até março.
Apesar disso, o gerente de vendas da Casari Imóveis, Valdecir Lanza, garante que as expectativas na região são otimistas. Mas admite: "As vendas não serão em igual volume, tão grande, como foi nos últimos três anos na região".

Vendas estão abaixo do esperado
No Grande ABC, as vendas de imóveis até o terceiro trimestre (balanço mais recente), apontaram crescimento de 34,09% em comparação com o mesmo período de 2010, somando 2.596 unidades, segundo a Acigabc.
O desempenho do setor imobiliário superou o dos quatro últimos iguais períodos. Bigucci, presidente da Acigabc, espera que o setor tenha repetido nos últimos três meses de 2011 ao menos o número de 2.000 imóveis comercializados de outubro a dezembro de 2010.
Enquanto não há o fechamento do ano, imobiliárias destacaram que as vendas superaram, e muito, o volume obtido em 2010. A ressalva, no entanto, é que os números ficaram abaixo do projetado. A alta previsão era de resultado do forte aumento de comercializações, especialmente após 2010, quando ocorreram picos nas vendas.
Lanza, da Casari Imóveis, destaca que houve momentos inclusive de decréscimos nas vendas no fim de 2011. "Os imóveis com valores acima de R$ 500 mil foram os que mais tiveram estabilização nos preços."
Já o volume de imóveis lançados e vendidos na região metropolitana de São Paulo foi menor em 2011, se comparado a 2010 - foram colocadas no mercado cerca de 65 mil unidades, enquanto que em 2010 foram 70 mil imóveis - 10% a menos. Quanto às comercializações, 2011 somou 52 mil unidades, contra 65 mil (25% menos) dois anos atrás, diz o Secovi-SP.
"A queda nas vendas em 2011 foi resultado das más notícias na economia mundial, maior inflação e a indefinição das regras do programa federal Minha Casa, Minha Vida (no primeiro semestre), que acabaram por frear o ritmo ", justifica Petrucci, do Secovi-SP. (TM e VG)
fonte: DGABC

AlexandreMelo
TauanaMarin
ViniciusGorczeski