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2 de nov. de 2009

Criminalidade aumenta no ABCD de janeiro a setembro

fonte: Mauricio Milani
REDE BOM DIA ABCD

As estatísticas divulgadas anteontem à noite pela Secretaria de Segurança Pública do Estado mostram aumento da criminalidade no ABCD no período janeiro-setembro deste ano, na comparação com igual período de 2008. Roubos no geral e roubos de veículos cresceram em quase todas as cidades da região. Diadema teve elevação de 53% em roubos de veículos.

São Bernardo, alta de 45% no registro de homicídios. Em São Caetano, roubo e furto de veículos cresceram 20%.

Os 1.102 casos de roubo de veículos em Diadema entre janeiro e setembro do ano passado passaram a 1.685 no mesmo período deste ano. São Caetano vem em seguida, com mais 19,93% de casos.

Mauá (19,23%), São Bernardo (12,90%) e Santo André (6,75%) completam as altas em roubo de veículos. Apenas Ribeirão registrou diminuição, de 2,2%. Em Rio Grande, a elevação foi de quatro para cinco casos.

Homicídios cresceram em cinco das sete cidades da região. O maior aumento ocorreu em São Bernardo, que saltou de 42 ocorrências nos três primeiros trimestres de 2008 para 61 neste ano. Em Ribeirão a elevação foi grande, de 13 para 21 casos (+61,5%). Na soma, o ABCD manteve os 254 casos nos nove primeiros meses de 2009 e de 2008.

As baixas ficaram com Diadema (-35%), de 63 para 41 ocorrências, e Santo André (-19,76%), queda de 81 para 65 homicídios.

Houve redução de furtos na maioria das cidades do ABCD no acumulado do ano, mas ao mesmo tempo houve aumento de roubos, o que pode ser interpretado como maior uso de violência na subtração de bens.

Fusão entre Saned e Sabesp vai sair do papel neste mês

fonte: Diego Sartorato
REDE BOM DIA ABCD

Sem sombra de dúvida, o maior desafio do prefeito de Diadema, Mário Reali (PT), é equalizar as contas do município, atingidas mês sim, mês não, por sequestros de orçamento definidos pela Justiça para o pagamento de precatórios.

Mas, mesmo com dificuldade para saber quanto estará em caixa no dia seguinte, os planos são ambiciosos: com a parceria entre Sabesp e Saned próxima de se tornar realidade, mais investimentos do PAC destinados ao saneamento, o prefeito prevê que a coleta de esgoto e envio para a Estação de Tratamento de Esgoto do ABCD, em São Caetano, pode sair dos 13% para alcançar a marca de 70%.

As tratativas com o governo do Estado envolvem também a questão do transporte: Reali aguarda que seja resolvido o imbróglio jurídico que impede o término do corredor Diadema-Brooklin para melhorar o acesso a São Paulo.

Outro funil logístico, o acesso a São Bernardo, também já encontra sinais de solução, com a construção de novas ligações de uma cidade a outra.

Nesses dez meses de governo, quais foram as maiores dificuldades que o senhor encontrou e quais as principais conquistas?
Mário Reali - A maior dificuldade foi a questão dos precatórios e o sequestro de receitas. Nos últimos anos, tivemos uma evolução de receita, graças ao crescimento econômico do município. No fim do ano passado, veio a crise econômica. E tivemos um começo de ano que foi uma situação de insegurança e incerteza. Quando se tem uma receita que deixa de acompanhar o crescimento do custeio, há pressão no orçamento.

A verba orçamentária prevista e a realizada está muito diferente. Já o aspecto positivo é o fato de termos discutido o planejamento. Numa época de controle de finanças, é importante a integração do governo e a construção de mecanismos mais eficazes de planejamento, tanto para gastar mais quanto para economizar mais, são muito importantes. É um governo de continuidade, então já vinha num ritmo acelerado. Manter esse ritmo sem planejamento seria um equívoco.

Como anda a discussão da PEC dos Precatórios?
Reali - Teve reunião da comissão e a lei passou por algumas alterações nos precatórios alimentares, que são uma grande preocupação nossa. O problema são os não-alimentares, que são os que estão recebendo, e são os de maior valor.
Metade do público que estava na audiência que fizemos eram senhoras aposentadas que achavam que a nova regulamentação de pagamento de precatórios ia atrapalhar o pagamento para elas. E na verdade vai melhorar, porque vai organizar o pagamento do menor para o maior valor.

O relatório já está em pauta e vai a votação. Serão duas votações, com necessidade de dois terços dos votos dos deputados. Deve ser aprovado, acreditamos nisso. É um situação grave, nós já tivemos problemas para pagar os servidores e, depois, os fornecedores. Isso é ruim até para as licitações, porque a empresa que pensa que a prefeitura vai dar calote já joga o preço lá em cima, para se garantir de alguma maneira.

Mas, mesmo assim, foi possível manter uma agenda de obras.
Reali - Inauguramos a UBS do Nova Conquista, o complexo esportivo do Inamar, fizemos pavimentação e obras de saneamento em diversos núcleos. Além da expansão das redes de saneamento com recursos do PAC. Isso viabiliza uma discussão na Saned, a solução do passivo em parceria com a Sabesp. Tem sido importante para a conta final da Saned.

Acho que os investimentos que vamos fazer vão, de certa maneira, solucionar os problemas que enfrentamos. Vamos interligar dois reservatórios existentes e construir um terceiro no Eldorado. Vamos investir também na construção dos coletores-tronco, para ampliar o tratamento de esgoto. Temos 13% coletado e podemos chegar a 70%.

Quando começaram as conversas sobre a parceria da Saned com a Sabesp, que tipo de cuidado se tomou para que não fossem enfrentados os mesmos problemas que em São Bernardo, onde a qualidade do serviço piorou depois da parceria?
Reali - Temos um novo marco regulatório, uma lei federal que determina o município como titular do serviço. A gente fala de interesse comum, mas o estado tem uma visão e nós temos outra. Estamos tentando superar essa divergência. O que estamos tentando hoje, na relação com a Sabesp, é ter uma empresa que é continuidade da Saned, ter uma empresa municipal e que tem participação da Sabesp no seu capital.

Mas a responsabilidade pelo serviço continua sendo nossa, e o nosso compromisso é manter o quadro de trabalhadores, que já têm um conhecimento técnico acumulado. E vamos transformar o passivo em ativo, numa empresa que vai atuar por 30 anos.

Será uma experiência inovadora. Vamos enviar o projeto à Câmara, para que esse convênio com o estado seja aprovado em novembro.

Ainda sobre a relação do município com o Estado, como está a questão do corredor Brooklin?
Reali - Há dois problemas fundamentais. O primeiro, é a operação. Hoje, a Metra tem exclusividade da canaleta. Há uma discussão com a SPTrans se nessa canaleta só entra ônibus da Metra ou se será como alguns corredores da capital, por onde circulam ônibus de outras linhas municipais.

Se entrar linhas municipais, teria que ter um terminal aqui no Jardim Miriam para fazer a integração. E outra discussão é que existe um contrato do Metrô, que é da obra. A concorrência está parada na Justiça. Era para ter começado em março, mas ainda não desenrolou.

E a ligação com São Bernardo, que hoje sofre com muitos congestionamentos?
Reali - Os lotes daquela ligação do Piraporinha com o Anel Viário estão andando. Estamos discutindo muitas obras de divisa com o prefeito Luiz Marinho. Por exemplo, o acesso do Km 20,5, do Cooperativa ao Eldorado. Ali é uma área importante para resolver aquele trevo, que sempre trava a Samuel Aisemberg. Temos muito apoio do governo federal. Então, podemos resolver muitas questões.

A perspectiva é ter ainda mais projetos com apoio federal?
Reali - O principal é conseguir mais recursos para a saúde. Aqui, a gente tem leitos pediátricos e de adultos já credenciados e que passaram pela comissão bipartite. E aí é encaminhado para o Ministério da Saúde para que seja liberado o recurso. Hoje, já recebemos o limite.

O sistema de saúde teve gastos expressivos neste ano, em virtude da gripe A, e o orçamento não cresceu. Se conseguirmos ampliar a liberação desses recursos, a situação vai melhorar. O cenário é otimista. Nos reunimos com o novo ministro das Relações Institucionais, o Alexandre Padilha, e é uma grande alegria que ele esteja lá.

Ele é um dos municipalistas do governo Lula. Nossa expectativa é que possamos criar um grupo para tratar só das nossas demandas como região, como já acontece com a região em torno de Osasco.