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16 de ago. de 2009

Diadema se prepara para o censo 2010

Se você perguntar por aí o que é o IBGE, quase ninguém sabe. Agora, se você perguntar ‘sabe o IBGE, aquele do censo?’, aí todo mundo conhece, porque as pessoas associam o IBGE apenas ao censo”, disse o coordenador da agência do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de Diadema, Geraldo Junior Carneiro. Foi justamente com o objetivo de deixar a população mais próxima, ativa e participativa que o instituto criou as Comissões Municipais de Geografia e Estatística (CMGE).

Diadema formou o grupo, durante reunião que contou com a presença de representantes do poder público, IBGE e sociedade civil. Outras cidades do ABC deverão proceder de maneira semelhante.


“O objetivo das comissões que estão sendo formadas nos 645 municípios paulistas é acompanhar, ajudar e tornar transparente o trabalho do IBGE no censo de 2010. Ao término desse serviço, as comissões terão a liberdade de acompanhar outras atividades.


Muitas pessoas acham que o IBGE só trabalha de dez em dez anos, mas isso não é verdade. Dessa maneira, damos a oportunidade da população nos conhecer melhor e de captarmos novas demandas”, explicou o chefe da Unidade Estadual do IBGE em São Paulo, Francisco Garrido Barcia.


As comissões são formadas por pessoas-chave do município, que possam colaborar para a realização dos censos, como líderes comunitários, de associações de moradores, representantes de empresas privadas e da imprensa local, além de membros dos poderes municipais, estaduais e do próprio IBGE. A CMGE será o canal de contato entre o instituto e a comunidade local e ajudará na atualização da base territorial das cidades, como localizar núcleos habitacionais, áreas ocupadas ou zonas rurais que não estejam nos mapas oficiais, além da responsabilidade de divulgar o processo seletivo para as contratações e monitorar a coleta de dados durante o censo.


O levantamento abrangerá 58 milhões de domicílios nos mais de 5.500 municípios brasileiros. Isso significa que 240 milhões de empregos serão criados, sendo 360 apenas em Diadema, e que o governo federal investirá R$ 1,4 bilhão.


“É algo muito grandioso e não podíamos fazer sozinhos”, ressaltou Barcia. A coleta de dados será realizada entre agosto e outubro de 2010 e o resultado, previsto para novembro, será disponibilizado no site do IBGE. “O censo 2010 é algo muito aguardado, pois nos ajudará a planejar as políticas públicas da cidade”, disse Roberta Rodrigues, diretora de Desenvolvimento Urbano, da Secretaria Municipal de Habitação de Diadema.

fonte: Claudia Mayara - DIÁRO REGIONAL

Diadema inicia plantio de oito mil mudas de árvores

A Prefeitura de Diadema promoveu neste sábado (15/08), com o apoio de associações, empresas e da Secretaria do Meio Ambiente, o primeiro “Mutirão Viva Vida Verde”. A ação, que contou com a participação de cerca de 100 voluntários, possibilitou o plantio de 860 mudas de árvores nativas no Parque Ecológico do Eldorado e em canteiros de ruas e avenidas dos bairros Eldorado e Serraria.

“Fizemos o plantio e também a limpeza de locais em que estávamos com problemas de lixo e entulho acumulado”, explicou o secretário de Meio Ambiente do município, Rogério Menezes de Mello, que pegou na enxada para ajudar na realização do trabalho.

O projeto não teve custos para a administração municipal, uma vez que as mudas foram uma compensação ambiental de empresas que se instalaram na cidade. O próximo mutirão está marcado para 21 de setembro, dia da árvore.

Nesta primeira edição, foram plantadas espécies nativas, como quaresmeiras, aroeiras, ipês roxos e amarelos. “Nós fizemos o início de uma recomposição de mata ciliar no Parque Ecológico do Eldorado e depois trabalhamos concentrados na região Sul, que é uma área de mananciais”, destaca Mello.

Até o final do ano há uma meta a ser atingida: oito mil mudas plantadas em Diadema. “A árvore traz uma série de benefícios para a população, fixa gás carbônico, diminui a poluição do ar, libera o oxigênio para nossa atmosfera. Ela fornece sombra e traz um aspecto visual muito bonito”, enumera o secretário.

No entanto, a moradora do Bairro Serraria, Tereza Pacheco, que acompanhava a ação, lamenta a falta de consciência da população sobre a necessidade de áreas verdes. “Eu acho muito bonito, mas a molecada não deixa as árvores brotarem, quebram tudo. Acho que a Prefeitura deve plantar árvores maiores para evitar isso. Falta consciência da juventude”.

A munícipe, inclusive, busca fazer a sua parte na preservação ambiental. “Eu detesto rua suja. Às vezes eu mesma recolho lixo da minha rua com um saco”, conta, orgulhosa, a moradora.

Por: Walter Fernandes (wfernandes@abcdmaior.com.br)

Região aposta nos imóveis populares

Por: Mauricio Milani (pauta@abcdmaior.com.br)

Se o mercado imobiliário do ABCD viveu momentos de baixa no último trimestre do ano passado e no primeiro deste ano, o cenário começou a mudar a partir de abril e apresenta perspectivas animadoras, traduzidas em nicho até então pouco atendido: o de baixa renda. A Região tem déficit calculado em 80 mil moradias, 90% delas nas classes C e D. O programa Minha Casa, Minha Vida, lançado pelo governo federal em abril para famílias que ganham até dez salários mínimos, tem mobilizado não só potenciais compradores como também todo o segmento de construção.

“Vale lembrar que na faixa de seis a dez salários muitas construtoras já trabalham há anos. Para a faixa de zero a três salários, o problema da construção no ABCD é o custo alto do terreno. É preciso que as prefeituras doem as áreas e façam a infraestrutura”, observa Milton Bigucci, presidente da Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC) e vice-presidente do Interior do Secovi-SP (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo).

O déficit habitacional do País é de aproximadamente 7 milhões de moradias, das quais 90,9% para famílias de zero a três salários mínimos (até R$ 1.395). Na Região, do déficit estimado de 80 mil moradias, aproximadamente 72 mil são de famílias nessa faixa de renda. No Brasil, o déficit tem até endereço: está concentrado nas regiões Sudeste (36,4%) e Nordeste (34,3%), segundo o IBGE (PNAD 2007).

Santo André foi a primeira cidade da Região a protocolar na Caixa Econômica Federal os primeiros projetos habitacionais voltados a quem ganha até três mínimos. Cinco projetos foram entregues no início deste mês para a construção de 2,2 mil unidades. As inscrições encerram-se no próximo dia 21 e podem ser feitas pelo site www.santoandre.sp.gov.br. Mauá, São Bernardo e Diadema também aderiram ao programa.

“Antes do lançamento do Minha Casa, Minha Vida, para uma família se candidatar à compra de um imóvel de R$ 90 mil, tinha de comprovar renda de R$ 3,3 mil. Com o programa, essa mesma família precisa de renda de R$ 1.850 para adquirir o mesmo apartamento”, diz João Crestana, presidente do Secovi-SP.

Demora
O processo todo, do projeto à concretização, não tem sido tão rápido quanto querem os que sonham com a casa própria. “Demanda um tempo de reflexão, análise de mercado e preparação de pessoal, até o lançamento das unidades”, argumenta Celso Petrucci, economista-chefe e diretor executivo do Secovi-SP.

“O grande mérito do Minha Casa, Minha Vida é adaptar a prestação do imóvel ao bolso do consumidor, dando subsídios para isso. Em todo lugar do mundo só se consegue fazer habitação popular com subsídio”, lembra Milton Bigucci, que também é proprietário da construtora MBigucci e acaba de criar empresa focada em empreendimentos econômicos, a BigTec. “Atender a demanda habitacional da população de baixa renda é trabalho para mais dez a 15 anos”, avalia o presidente da Acigabc.

Programa federal
O programa Minha Casa, Minha Vida prevê investimentos de R$ 34 bilhões, vindos do governo federal e do FGTS, para construir 1 milhão de moradias. Volta-se a três faixas de renda: de zero a três mínimos (R$ 1.395), de três a seis (R$ 2.790) e de seis a 10 (R$ 4.650).

Os maiores benefícios são para quem tem renda na primeira faixa: prestação de no mínimo R$ 50 e no máximo 10% da renda, por dez anos, registro gratuito em cartório de imóveis e, no caso de desemprego, seguro que cobre a prestação por três anos. O subsídio do governo para esta faixa, que prevê a construção de 400 mil moradias, é de R$ 16 bilhões.

Na faixa de três a seis mínimos, também estão previstas 400 mil moradias, com condições de financiamento diferentes. O valor da prestação não poderá superar 20% da renda do comprador do imóvel. Aqui o subsídio do governo será de R$ 2,5 bilhões, e o do FGTS, de R$ 7,5 bilhões.
Já pessoas com renda de seis a dez mínimos são estimuladas com o acesso ao Fundo Garantidor, que refinancia parte das prestações em caso de perda de emprego, e redução no custo do seguro. Estão previstas 200 mil moradias nesta faixa.

O preço do imóvel poderá ser de até R$ 130 mil em regiões metropolitanas, caso do ABCD; até R$ 100 mil para cidades com mais de 500 mil habitantes; e até R$ 80 mil para os demais municípios.
Para quem tem renda até três mínimos, a inscrição e seleção dos participantes são feitas pelos estados e municípios, nas agências da Caixa e pelo telefone 0800-726-0101. Interessados com renda superior a três mínimos devem procurar as construtoras.

Sonho
Se existe um sonho que é comum a dez entre dez brasileiros que pagam aluguel é o da casa própria. Juros menores e mais crédito voltado ao financiamento e ao setor de construção podem concretizar o desejo de moradores do ABCD, como a balconista Eliete Maia Batista, 40 anos, que vive em São Bernardo com a filha de três anos.

“Ter minha casa é o que mais quero, é uma segurança. Sempre vivi de aluguel e para a compra da casa própria costumam exigir valores altos. Hoje em dia até para alugar está difícil, porque pedem fiador”, diz Eliete, que é separada do marido e trabalha como balconista. “Se o valor da prestação fosse mais baixo, é claro que me interessaria”, afirma, em referência ao programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal. Eliete se encaixaria na faixa de renda até três salários mínimos, a que conta com maiores benefícios no caso da compra do imóvel.

A balconista compartilha o sonho da casa própria com Lícia Lopes de Souza, 43 anos, dona de casa, viúva e mãe de três filhos entre 14 e 20 anos, que moram com a avó em Minas Gerais. Lícia vive em São Bernardo com a prima, que paga aluguel. A renda da dona de casa está na faixa até três salários mínimos. “Meus filhos também estão para vir morar em São Bernardo. Sonho em ter minha casa aqui no ABCD”, resume.

O tamanho do sonho da casa própria pode ser medido na Região pelo número de lançamentos no primeiro semestre deste ano. De acordo com a Acigabc, de janeiro a junho foram lançados 1.541 apartamentos em Santo André, São Bernardo e São Caetano