15 de fev. de 2017

Fabricante de robôs de Diadema lança sistema a laser remoto


A Motoman Robótica do Brasil, empresa localizada em Diadema que pertence ao conglomerado japonês Yaskawa, desenvolveu sistema inédito em território nacional de solda a laser remoto, que permite a operação com um robô e um gerador de energia. A tecnologia já tem um primeiro cliente, a Amvian, fabricante norte-americana de estruturas para bancos automotivos, situada em Atibaia, no Interior, que abastece a Volkswagen.
De acordo com a Motoman, o sistema foi desenvolvido apenas por profissionais brasileiros, e em Diadema. A máquina foi criada para realizar a soldagem do banco do novo veículo que a Volks pretende lançar no decorrer deste ano, cujo nome ainda não foi revelado pela montadora alemã. No entanto, conforme o Diário antecipou, a planta da Anchieta, em São Bernardo, começará a fabricar veículo da ‘família’ do Gol. Mais sofisticado e mais espaçoso que o carro popular, sua nova versão terá outro nome e será comercializado em faixa acima da do modelo atual – que segue sendo manufaturado. Será espécie de versão brasileira do Polo. É possível, portanto, que seus bancos recebam essa tecnologia.
“Muito embora a solução já seja aplicada em outros países da Europa e nos Estados Unidos, no Brasil é a primeira vez que ela é desenvolvida. Me sinto muito orgulhoso por fazer parte desse feito”, afirma o diretor da Motoman, Icaru Sakuyoshi.
O sistema, que vale cerca de R$ 5 milhões – e, segundo Sakuyoshi, custa entre R$ 8 milhões e R$ 10 milhões se importado –, é composto por robô de alta precisão, gerador de laser, cabeçote laser 2D (para fixar a peça), dispositivos de solda, bases, enclausuramento, coifa, sistema de exaustão com filtragem, aparelho de monitoramento on-line e portas automáticas.
Segundo Sakuyoshi, o equipamento, que levou nove meses para ser construído, é quatro vezes mais rápido do que a solda convencional, ou seja, tem capacidade para chumbar a peça traseira do banco do automóvel em apenas 60 segundos. “Em razão da demanda, pretendemos construir um novo exemplar do sistema, só que dessa vez em menos tempo, em seis meses, no máximo”, comenta.
Sem contar que, a partir do momento em que o trabalho de solda é feito pelo robô, além de aumentar a velocidade, o risco diminui.
A Amvian foi escolhida pela Volkswagen no início de janeiro para substituir o grupo Prevent (detentor da Keiper, de Mauá), com o qual rompeu contrato de fornecimento após disputa comercial. Sem bancos para terminar a montagem dos automóveis, a marca alemã teve de paralisar a produção por várias semanas nas unidades de São Bernardo, Taubaté e São José dos Pinhais (Paraná). Ao todo, a montadora estima que 150 mil veículos deixaram de ser confeccionados por esse motivo.
Questionado sobre o possível risco aos empregos no chão de fábrica com o advento, Sakuyoshi rebate. “Esse negócio de que a máquina tira emprego do homem é um mito, o objetivo por aqui é maior. Queremos investir em novas tecnologias, aumentar a produtividade e expandir os negócios e, como consequência, disso, gerar empregos mais qualificados na área.”
Hoje, a companhia emprega 93 funcionários. Dentre os setores que a Motoman atua estão as indústrias automotiva, alimentícia, de implementos agrícolas, siderúrgica e paletização. A robótica está na região por meio da companhia desde 1999, primeiro em São Bernardo e depois, em 2011, em Diadema.
EXPECTATIVA - Antes de realizar projeções para este ano, a Motoman aguarda o fechamento do balanço de 2016, cujo ano fiscal se encerra somente em abril. A intenção da empresa é retomar o crescimento em razão dos novos negócios firmados e, assim, recuperar a queda de 30% registrada em 2015.
“Estamos em negociações avançadas com a Amvian para atender mais uma montadora do Grande ABC. Caso dê certo, vamos investir mais e construir outro sistema de solda a laser para atender os requisitos do cliente. Creio que 2017 será ano de expansão para nós”, estima Sakuyoshi. 
fonte: DGABC

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