26 de set. de 2014

Poder público e empresários de Diadema se mobilizam pela retomada do Polo de Cosméticos

Em 2002, o município de Diadema começava a se recuperar do processo de desindustrialização que devastou a região metropolitana de São Paulo durante a década de 1990. Cerca de 120 mil postos de trabalho deixaram de existir e o desemprego chegou ao nível assustador de 23% nas cidades vizinhas à capital paulista.
Iliomar Darronqui
Iliomar Darronqui
Percebendo o potencial do município, que reunia empresas de toda a cadeia produtiva do setor de cosméticos – desde fabricantes de artigos de beleza até especialistas em embalagens e válvulas –, a prefeitura da cidade e empresários do ramo criaram, em maio daquele ano, o Polo de Cosméticos de Diadema. O objetivo era otimizar a produção local, aumentar as ofertas de emprego e movimentar a economia da região.
Deu certo. O polo se projetou no cenário brasileiro, atraindo novos empreendedores para a região e chegou a empregar 11 mil pessoas, sendo responsável por 4,5% da arrecadação de impostos do município e 12% do faturamento da indústria de cosméticos no Brasil.
Contudo, divergências entre gestores do polo e a saída de empresas de Diadema, em busca de incentivos fiscais principalmente no interior e litoral do estado, fizeram com que integrantes se dispersassem e deixassem o projeto de lado. Ele continuou existindo, mas sem a expressão que o tornou referência nacional.
Desde 2011, iniciativas tentavam recuperar a força do Polo de Cosméticos de Diadema. Nenhuma muito bem sucedida. Mas a atual administração do município vem mostrando atitudes mais concretas. “A gestão do prefeito Lauro Michels abriu conversações com empresários de cosméticos para reativar esta indústria”, afirma Iliomar Darronqui, Secretário de Desenvolvimento Econômico e Trabalho de Diadema.
De acordo com Darronqui, o segundo município na produção brasileira de cosméticos conta hoje com cerca de 100 estabelecimentos industriais ligados ao polo. “A indústria química, que engloba cosméticos e plásticos, é a maior empregadora da cidade, gerando 14 mil empregos diretos e indiretos”, cita. Dentro da indústria química, a categoria de cosméticos se destacou com aumento de 3,57% nos postos de trabalhos entre janeiro de 2013 a março de 2014, comparando com números do final de 2012. “É um setor que traz muito emprego e renda para Diadema, seja no campo industrial, comercial ou de serviços”, diz Darronqui.
Entre as ações do poder público para a recuperação do polo, o secretário aponta a realização de seminários do setor de beleza, a criação do primeiro curso superior do país na área de cosméticos, oferecido pela Faculdade de Tecnologia (FATEC) de Diadema, e a adesão ao Via Rápida Empresa, programa estadual que possibilita que um empreendimento seja registrado em até cinco dias úteis.
A mais recente aposta é a Cosmo Beleza, feira realizada pela prefeitura e a Associação Comercial e Empresarial de Diadema no mês de agosto. Com o intuito de promover a integração da cadeia produtiva de cosméticos, o evento atraiu comerciantes, distribuidores, profissionais e fabricantes da área. “A feira vai ajudar a reaproximar os empresários. Os participantes desta primeira edição já se inscreveram para o próximo ano”, comemora o secretário.
As iniciativas começam a surtir efeito positivo para o município. A Grand Pack, fornecedora de embalagens em sachê para amostragem, investiu na expansão de sua fábrica em Diadema no ano passado. Em janeiro, a FAV105, que produz fragrâncias e aromas e é distribuidora exclusiva da suíça Firmenich no Brasil, deixou São Paulo para se instalar em Diadema. A santista Romans Cosméticos, produtora de sabonetes líquidos à base de leite de cabra, também transferiu sua fábrica para a cidade no início do ano.
fonte: Renata Martins - Brazil Beauty News

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