6 de mai. de 2013

Sucata da região ganha mercado no exterior


Conhecida por sua base industrial, sobretudo na área de autopeças, Diadema iniciou o ano tendo como principal produto de sua pauta de exportações um item que não é componente automotivo, embora possa ter sido um dia: a sucata de ferro e aço. As encomendas do material ao Exterior cresceram 16% no primeiro trimestre ante igual período de 2012 e atualmente correspondem a 15% do total de US$ 47 milhões obtidos por empresas do município com vendas a outros países de janeiro a março.
Boa parte desse destaque pode ser atribuído à Trufer, uma das maiores empresas do segmento na América Latina. Sediada em área de 50 mil m² na cidade, a companhia exporta desde 2008. Segundo o diretor Márcio Trujillo Rodriguez, a crise econômica que estourou no País naquele ano fez com que o setor buscasse alternativas. "As siderúrgicas (que utilizam parte de material reciclado em seu processo produtivo) pararam de comprar naquela época e de lá para cá, (a exportação) é algo regular", diz o executivo.
Rodriguez cita que vende ao Exterior atualmente 15% a 18% de sua produção, que gira em 50 mil toneladas mensais de sucata. Porém, ele ressalta que destina ao mercado externo - para países do Leste Asiático e Oriente Médio - o excedente, que não é absorvido pelos clientes no Brasil.
E apesar da taxa cambial, considerada subvalorizada pelos exportadores, a companhia planeja seguir com negócios lá fora. "Mais do que uma alternativa, é uma forma de equilibrar resultados. Isso traz estabilidade aos preços", salienta o executivo. Lá fora, a sucata é commodity, com cotação internacional, e tem valores de 30% a 40% mais altos que no Brasil.
Rodriguez salienta que a Trufer colabora para movimentar a atividade da reciclagem. Tem cadastrados mais de 3.000 fornecedores, formados por catadores e pequenas sucateiras que alimentam os depósitos da companhia. Ele faz questão de frisar que, além de gerar emprego e renda, a atividade também contribui para a preservação domeio ambiente ao tirar lixo das ruas.
E a companhia vem em expansão. Cresceu em torno de 15% em vendas nos últimos dois anos, o que se deve ao atendimento a seus clientes - "atendemos todas as grandes siderúrgicas e fundições", diz o diretor - e também há  investimentos para melhorar a eficiência em seu processo produtivo.
No ano passado, a empresa, que tem quadro de cerca de 300 funcionários, renovou 80% de sua frota, formada por 120 caminhões, mais de 1.000 caçambas (que ficam nos clientes para que eles depositem o material a ser retirado) e ainda escavadeiras, enfardadeiras, empilhadeiras, eletroimãs e uma trituradeira com capacidade para processar 80 toneladas de sucata ferrosa por hora.
fonte: 

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC

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