30 de jul. de 2011

DIADEMA ATENDE 5,3 MIL DA CAPITAL



fonte: Claudia Mayara - JORNAL ABCD MAIOR

Localizado na divisa com Diadema, o Jardim Monte Líbano, na Capital, é conhecido pelos moradores da região da Pedreira como Eldorado, uma extensão do bairro do ABCD. Ao andar pelo local, o motivo da confusão é facilmente identificado. Diariamente, serviços públicos de Diadema são procurados e usados pelos munícipes da Zona Sul de São Paulo. Levantamentos da Secretaria de Saúde de Diadema apontam que, das 59,2 mil consultas mensais realizadas pelos dois prontos-socorros e três PAs (Prontos-Atendimentos), 5.344 são de moradores da Capital. Isso significa que 178 pessoas por dia ou sete por hora atravessam a divisa em busca de atendimento na cidade.

O total de pessoas da Capital atendidas nos serviços de saúde de Diadema equivale a 32% dos 16,5 mil cadastrados na UBS Laranjeira, unidade básica do Jardim Monte Líbano. “O atendimento da Capital é um dos piores, por isso o pessoal opta por usar 100% a saúde de Diadema”, explicou Amilton Chaves Mineiro, representante da Associação de Ação e Cidadania Novo Rumo do Jardim Monte Líbano e Bairros Adjacentes.

A vendedora Ednalda Oliveira da Silva, 47 anos, tem cinco netos e garante que usa o Pronto-Socorro Central de Diadema pela proximidade. O PS fica a 15 minutos de sua casa, enquanto o Hospital Pedreira, na Capital, fica a uma hora de ônibus. “Quando há emergência, temos de recorrer a Diadema”, afirmou. Já o eletricista Manoel Severino de Lima, 58 anos, disse que usa a cidade vizinha para fazer exames. “A saúde de Diadema é muito melhor. Na UBS Laranjeira, na Capital, demoramos de três a quatro meses para agendar uma consulta”, revelou.

Ednalda apenas lamenta não poder usar as UBSs de Diadema. “Para passar lá, só mesmo na base da mentira, usando endereço de amigos que moram na cidade”, comentou. A dona de casa Cristiane Rodrigues, 27 anos, lembra que o filho com paralisia cerebral foi encaminhado para fazer fisioterapia no hospital no Campo Limpo. “O hospital era bom, mas demorávamos cinco horas apenas para ir e voltar”, falou. Depois de dois anos gastando três conduções, Cristiane conseguiu, por meio de indicações, vaga na Santa Casa de Diadema. “Facilitou a minha vida, pois em meia hora estamos lá”, disse.

Morro dos Macacos - O deslizamento de terra no Morro dos Macacos, próximo à avenida Alda em Diadema, que matou duas pessoas no início de julho, também mostra a dependência dos moradores carentes da Capital em relação aos serviços de saúde do ABCD.  Todas as pessoas feridas no soterramento foram atendidas em hospitais ou PAs em Diadema. As duas vítimas fatais, o menino Yohan Hanna de Jesus, 3 anos, e a grávida Tamires dos Santos Ferreira, 18 anos, foram enterradas  no município.

A Prefeitura de Diadema dispõe de 19 equipamentos públicos no Eldorado e 49 no Centro e explicou que a procura pelos serviços municipais se deve à boa infraestrutura. Comentou que a cidade integra a rede do SUS (Sistema Único de Saúde), onde o atendimento é universal, mas esclareceu que isso não significa que a pessoa de fora do município, quando socorrida em situação de emergência, passe a pertencer ao sistema de saúde local. O ressarcimento financeiro de tais serviços vem do Ministério da Saúde, por meio do Fundo Nacional de Saúde, que repassa um montante anual para as prefeituras como forma de compensação.

Em nota, a Coordenadoria Regional de Saúde Sul da Capital informou que a UBS Laranjeira é uma unidade de Estratégia Saúde da Família com cinco equipes de saúde completas, o que equivale a cinco médicos generalistas, cinco enfermeiros, dez auxiliares de enfermagem e 30 agentes comunitários de saúde.  O órgão negou que o agendamento de consultas seja demorado e explicou que o serviço pode ser realizado diariamente com tempo de espera de até 30 dias. A coordenadoria ainda destacou que desde 2005 foram construídos 11 equipamentos de saúde na região Sul.

Transporte e lazer - Característica comum das periferias, a falta de áreas de lazer é outro problema latente dos cerca de 50 mil moradores do Monte Líbano e região. “Aqui o lazer é a rua. Se queremos usar uma quadra ou parque temos de mais uma vez recorrer a Diadema”, comentou o pedreiro Marcos Ribeiro Braga, 45 anos. Seja pela proximidade, qualidade ou falta dos equipamentos no bairro, Braga garante que faz tudo em Diadema. “Aqui não temos nem uma lotérica para pagarmos as contas. Se um dia tiver condições, com certeza, me mudo para lá”, garantiu.

Cansado de pegar a linha 182 São Bernardo (Acampamento dos Engenheiros) / Diadema (Terminal Metropolitano de Diadema) lotada ou de ficar horas a fio no ponto de ônibus, o eletricista Manoel Severino de Lima, 58 anos, que mora no Jardim Monte Líbano, decidiu usar apenas as linhas municipais 31D e 30D, que fazem o trajeto entre os terminais Eldorado e Diadema. “Vale mais a pena pegar os ônibus de Diadema e andar 10 minutos a pé, do que ficar esperando o ônibus que passa na porta de casa”, destacou.

De acordo com a Prefeitura de Diadema, as viagens das duas linhas levam em consideração a demanda de todos os habitantes da região. Nos dias úteis, a linha 31D opera com 14 ônibus nos horários de pico da manhã e da tarde, e com 10 nos demais horários, perfazendo um total de 294 viagens ida e volta. Já os ônibus 30D operam como apoio a linha 31D, realizando 34 viagens.

Responsável pela linha 182, a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) informou, em nota, que recentes fiscalizações constataram o descumprimento da programação estabelecida e atrasos frequentes dos veículos. Por conta disso, a empresa autuou a Viação Imigrantes, que opera a linha. A programação dos veículos 182 prevê 10 veículos nos dias úteis com intervalos médios de seis minutos, no horário de pico da manhã, e de 15 minutos, no pico da tarde.


2 comentários:

Anônimo disse...

Engraçado que Diadema que deveria depender de São Paulo, e não o contrário, a cidade de São Paulo esqueceu essa região.

E as linhas 30 e 31 são as piores de Diadema, demanda muito alto, péssimo serviço, péssima infraestrutura por onde passa.

Anônimo disse...

É TEM CIDADES POR AI A FORA MUITO PIOR QUE DIADEMA,QUE NA PROPAGANDA DE TV SÃO ÓTIMAS.